O Momento De Ouro De Cavaco
A forma como Cavaco Silva abriu a boca, perante os órgãos de comunicação social, expressando, facialmente, um “não faço a menor ideia” foi ridícula?
Pode ter sido, mas para um candidato cuja imagem de força consiste na nulidade discursiva, foi um momento de ouro. Não lhe roubará um único voto. Os indecisos esperavam por este vislumbre de humanidade. Aquilo é que foi expressividade! Cavaco é bom a calar, e é melhor, ainda, a exprimir o vazio sobre o vazio.
O silêncio estratégico de Cavaco Silva em campanha eleitoral, embora inédito em democracia, tem-se revelado bastante frutuoso. O seu discurso consiste na recusa do discurso. Na ausência de comentário. Todos os assuntos são, para Cavaco, excessivamente graves e delicados para merecer abordagem, pelo que não se pronuncia, não se compromete. Não quer ser indelicado. Acha inapropriado, descontextualizado. Encolhe os ombros e não dá... cavaco. Exactamente isto: Cavaco não se dá, tal como nunca se deu. Conheço bem esta estratégia tão portuguesa: fala com todos, não confies em ninguém, não provoques seja quem for, não emitas opinião; sorri sempre, mas nunca demais.
Conheço bem esta estratégia: a intolerância, a prepotência – tanto à direita como à esquerda – nunca dá explicações. Omite-se. A ditadura têm horror a explicações e teme a palavra acima de tudo. Mas alguém não sabe isto?! Alguém não conhece Cavaco?! Quem não sabe o que foi Cavaco?! Quando Guterres conquistou a maioria ao PSD com a "paixão da educação", não prometia que as relações governo/comunicação seriam mais abertas a partir daí?! Como se contextualiza uma promessa deste tipo, tenha ou não vindo a ser cumprida?!
Sabemos todos, perfeitamente, quem foi Cavaco, ou melhor, o que calou, agindo através da força policial contra a qual sabia reagir com o mesmo poder.
Como é possível que o candidato em silêncio, um independente de fachada, seja, neste momento, o melhor colocado? Que País é este onde quem se isenta, quem recusa o confronto, é quem ganha a corrida?
O nulo, o que se comporta melhor por, simplesmente, não se ter chegado a comportar, é esse que, no próximo dia 22 vai ser legitimado para nos representar?
Eu tenho estaleca para ver de tudo, mas, porra, que não veja calada!
Pode ter sido, mas para um candidato cuja imagem de força consiste na nulidade discursiva, foi um momento de ouro. Não lhe roubará um único voto. Os indecisos esperavam por este vislumbre de humanidade. Aquilo é que foi expressividade! Cavaco é bom a calar, e é melhor, ainda, a exprimir o vazio sobre o vazio.
O silêncio estratégico de Cavaco Silva em campanha eleitoral, embora inédito em democracia, tem-se revelado bastante frutuoso. O seu discurso consiste na recusa do discurso. Na ausência de comentário. Todos os assuntos são, para Cavaco, excessivamente graves e delicados para merecer abordagem, pelo que não se pronuncia, não se compromete. Não quer ser indelicado. Acha inapropriado, descontextualizado. Encolhe os ombros e não dá... cavaco. Exactamente isto: Cavaco não se dá, tal como nunca se deu. Conheço bem esta estratégia tão portuguesa: fala com todos, não confies em ninguém, não provoques seja quem for, não emitas opinião; sorri sempre, mas nunca demais.
Conheço bem esta estratégia: a intolerância, a prepotência – tanto à direita como à esquerda – nunca dá explicações. Omite-se. A ditadura têm horror a explicações e teme a palavra acima de tudo. Mas alguém não sabe isto?! Alguém não conhece Cavaco?! Quem não sabe o que foi Cavaco?! Quando Guterres conquistou a maioria ao PSD com a "paixão da educação", não prometia que as relações governo/comunicação seriam mais abertas a partir daí?! Como se contextualiza uma promessa deste tipo, tenha ou não vindo a ser cumprida?!
Sabemos todos, perfeitamente, quem foi Cavaco, ou melhor, o que calou, agindo através da força policial contra a qual sabia reagir com o mesmo poder.
Como é possível que o candidato em silêncio, um independente de fachada, seja, neste momento, o melhor colocado? Que País é este onde quem se isenta, quem recusa o confronto, é quem ganha a corrida?
O nulo, o que se comporta melhor por, simplesmente, não se ter chegado a comportar, é esse que, no próximo dia 22 vai ser legitimado para nos representar?
Eu tenho estaleca para ver de tudo, mas, porra, que não veja calada!
Sou inocente e não faço a menor ideia!
1 Comments:
Comento aqui porque no outro tasco não funciona.
Ouve lá Zabelinha: tudo isto é muito sensato, mas o que a malta quer é posts sobre meias, e claro sobre a intensidade do orgasmo seja ele sexual ou eleitoral.
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