Comentários Semi-Presidencialistas
Em relação a este post de Jorge Ferreira:
1. O Governo não é eleito por sufrágio directo e universal de direito, mas é-o de facto. Quando os eleitores votam nas legislativas, estão convictos de que estão a eleger o Primeiro-Ministro. Relega-se para uma segunda ordem, no plano fáctico, a eleição dos deputados que compõem a Assembleia da República. 2. Fazer com que o Presidente tenha os poderes que cabem ao Executivo não altera para melhor em nada a vida política portuguesa: o que antes fazia o Executivo, passa o Presidente a fazê-lo. 3. Caso o Presidente detenha o poder Executivo, perde-se um poder que faz falta: o poder moderador, arbitral, factor de união nacional. É que, caso tal venha a vingar, o Presidente passa, ipso facto, a ser alvo de contestação social: de desunião. 4. Se há candidatos que prometem mais do que podem dar, é porque são maus candidatos. E não devemos alterar o sistema político para que os maus candidatos, que prometem mais do que podem, deixem de ser maus candidatos: devemos, sim, lutar por ter cada vez melhores candidatos. 5. A fotografia do post do Jorge Ferreira está fantástica.
5 Comments:
"Se há candidatos que prometem mais do que podem dar, é porque são maus candidatos."
Sim, caro Pedro. Essa é uma verdade inconstestável. Assim como esta:
"Se há candidatos que prometem menos do que podem dar, é porque são maus candidatos"
Caro Américo, não há candidatos que prometem menos do que podem dar...
Mas algum deles "promete" alguma coisa? Só dizem patranhas, falácias, demagogias absurdas... Se isso é prometer...
Na verdade, eu acho que até é "prometer" que são do piorio. E cumprem!
Pedro: quando dizes que "não há candidatos que prometem menos do que podem dar" ou a tua afirmação é em tese ou está a referir-te a uma realidade. Ora, como bem sabes, no primeiro caso há que admitir as duas hipóteses; no segundo, torna-se necessário nomear, coisa que nao fizeste. Foi esse o espírito do meu comentário.
"Não há candidatos que prometem menos do que podem dar" - para mim, é facto notório. Refiro-me à realidade: qualquer político precisa de promessas - quando as faz há sempre uma inflacção, nunca uma deflacção.
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