Hollywood

O desespero também já chegou à candidatura de Manuel Alegre.

A conclusão é óbvia depois de ler isto, que o David fez o favor da chamar à atenção. Assim, nesta página do site de Manuel Alegre lê-se :

Inês Pedrosa afirmou: "Cavaco Silva afirma-se sempre como apartidário e que não tem nada a ver com os partidos. Ora ele só pode ter esta campanha hollywoodesca porque tem a força de dois partidos, em particular de um que é um partido da área do poder bastante forte." Prosseguindo, Inês Pedrosa garantiu: "Estar a esconder os dirigentes desses partidos para parecer mais à esquerda do que eles é também um logro que está a fazer, porque ele diz: "Eu solitariamente candidatei-me e depois vieram atrás de mim." Mas o que é curioso é que até o site da candidatura está registado em nome do PSD."

E a seguir tem um link para um ficheiro PDF com o registo do domínio do site de Cavaco Silva (não sei se é assim que se diz, mas percebem a ideia).

Acontece que nesse ficheiro consta o seguinte :

Entidade requerente / Domain Holder
Prof. Dr. Aníbal António Cavaco Silva
Travessa do Possolo, nrº13 – 1
Lisboa
1350-252 Lisboa
Email : psd@psd.pt

Eu não percebo nada de registo de domínios, mas o que leio é que a Entidade Requerente é Cavaco Silva. A ligação ao PSD é apenas no mail que o requerente deu. Dizer assim que o site está registado no PSD é no mínimo uma mentira.

Cavaco Silva apenas disse, e disse-o desde sempre, que a sua candidatura não nasceu depois de uma reunião do PSD. Que não foi a comissão política do partido que escolheu um candidato que por acaso é ele, como foram os casos de Louça ou Jerónimo.
Cavaco Silva, como Mário Soares, decidiram candidatarem-se, obviamente, depois de saberem que os respectivos partidos os apoiariam com as suas estruturas logísticas. Mas nem num caso nem no outro isso implica que as candidaturas sejam partidárias.

A questão aqui é a diferença com Manuel Alegre, que se propôs candidato da área socialista, leia-se PS, para “derrotar Cavaco Silva”, foi rejeitado pelo partido e pelo “amigo”. Disse inclusive na altura que não queria dividir o partido. (Ou já ninguém se lembra ?). Como está à vista de qualquer pessoa, a sua candidatura neste momento não é nenhum clamor da sociedade civil, mas sim um ajuste de contas com Sócrates e Soares. Por isso, querem fazer passar uma candidatura que não tem o apoio partidário, que pediu e que por não ter esteve quase para não existir, por uma candidatura suprapartidária. É supra porque não há partidos a apoiá-la. É de resto o caso de todos os candidatos que não foram admitidos a “concurso”. Também são supra.

A verdade é que candidatura partidária era o que Manuel Alegre queria ser. Como não conseguiu vem agora hipocritamente acusar os outros de o serem.

Hollywood ? Mentiras, falsidades, despeitos e fingir o que não se é aos olhos do público. Isso é Hollywood. Isso é Manuel Alegre.