Problemas De Consciência
As eleições presidenciais entre nós têm sido até agora uma questão de política estritamente partidária, apesar das fracas tentativas em querer fazer crer o contrário. Tradicionalmente, um partido escolhe um candidato representativo da sua área e dos seus interesses e lança-o na corrida. Mas desta vez é diferente: temos um candidato que concorre sem partido e um partido que concorre sem candidato. Dois problemas de consciência diversos.
Há quem afirme que a consciência de Manuel Alegre esteja pesada por dividir o eleitorado de esquerda e, em particular, o eleitorado socialista. Na minha opinião não. Alegre perante o desafio que assumiu publicamente já não poderia voltar atrás e não o poderia fazer não só por uma questão de brio pessoal, mas também por uma questão de brio democrático. Com a sua atitude, Alegre demonstrou que é possível ter uma intervenção cívica fora dos partidos e até mesmo contra a vontade dos dirigentes do maior partido nacional. Hoje, o único candidato verdadeiramente independente é o Manuel Alegre e a independência não é de esquerda ou de direita e muito menos socialista, pelo que o seu eleitorado potencial não se confinará a uma qualquer dessas tendências. Creio até que é o único em condições de, numa segunda volta, conciliar a vontade da esquerda-esquerda, do centro e até de alguns sectores da direita democrático-liberal que não se revê em Cavaco.
Outro drama de consciência – e esse bem mais pesado – é o do CDS/PP, o qual se apresenta nestas eleições como partido sem candidato próprio, aproveitando oportunisticamente a maré cavaquista. Quem os viu e quem os vê. Um partido que se reconstruiu contra as costas do professor, agora tem a coragem de se apresentar como apoiante da candidatura PSD. A relação do CDS/PP com o PSD assume cada vez mais os contronos de uma relação parasitária, perdendo expressão no espectro político nacional. A democracia portuguesa manca da perna direita.
Há quem afirme que a consciência de Manuel Alegre esteja pesada por dividir o eleitorado de esquerda e, em particular, o eleitorado socialista. Na minha opinião não. Alegre perante o desafio que assumiu publicamente já não poderia voltar atrás e não o poderia fazer não só por uma questão de brio pessoal, mas também por uma questão de brio democrático. Com a sua atitude, Alegre demonstrou que é possível ter uma intervenção cívica fora dos partidos e até mesmo contra a vontade dos dirigentes do maior partido nacional. Hoje, o único candidato verdadeiramente independente é o Manuel Alegre e a independência não é de esquerda ou de direita e muito menos socialista, pelo que o seu eleitorado potencial não se confinará a uma qualquer dessas tendências. Creio até que é o único em condições de, numa segunda volta, conciliar a vontade da esquerda-esquerda, do centro e até de alguns sectores da direita democrático-liberal que não se revê em Cavaco.
Outro drama de consciência – e esse bem mais pesado – é o do CDS/PP, o qual se apresenta nestas eleições como partido sem candidato próprio, aproveitando oportunisticamente a maré cavaquista. Quem os viu e quem os vê. Um partido que se reconstruiu contra as costas do professor, agora tem a coragem de se apresentar como apoiante da candidatura PSD. A relação do CDS/PP com o PSD assume cada vez mais os contronos de uma relação parasitária, perdendo expressão no espectro político nacional. A democracia portuguesa manca da perna direita.
1 Comments:
Já há dez anos, o CDS/PP não soube lidar com a candidatura de Cavaco. Se a memória não me falha, não chegou a apoiar oficialmente, tendo Paulo Portas declarado o seu apoio no parlamento.
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