O Eleito

sexta-feira, novembro 11, 2005

Resposta Ao Repto, Parte 1,9

Quinze anos é quanto pode faltar para que o sistema de Segurança Social entre em falência. O economista António Duarte, um dos autores do estudo, prevê que em 2020 a diferença entre as pensões e as contribuições seja equivalente a 10 por cento do Produto Interno Bruto. Há décadas que os governos admitem que a sustentabilidade da Segurança Social é um problema grave. Mas nenhum o resolveu, nem mesmo o actual que aumentou a idade de reforma dos funcionários públicos e mexeu na fórmula de cálculo das pensões.

Solução para o problema
Para António Duarte, a solução passa pela construção de três pilares de contribuições. "Na primeira, o Estado assegura o pagamento de uma pensão igual ao salário mínimo nacional para todos os contribuintes; a segunda passará por uma obrigatoriedade de descontos para complementos de reforma geridos por fundos de pensões privados; e a terceira por entregas suplementares, no fundo como acontece com os PPR", especificou.Neste sistema, o esquema de descontos teria de mudar. Segundo acrescenta António Duarte, os contribuintes só descontariam para o Estado 70 por cento do montante actual .

Tal como disse ontem. esta é a solução que não queimará automóveis. Porque, insisto, a Europa está viciada em segurança social e retirá-la repentinamente iria causar os mesmos efeitos que o abandono rápido das drogas pesadas tem num toxicodependente: tremuras e agitação.

7 Comments:

Blogger Elisiário Figueiredo said...

Karloos

Não pode aplicar as medidas neoliberais que advoga em Portugal, no meu ver em nenhuma parte do mundo, mas em Portugal existe um problema de fracos rendimentos, onde o tecto referencia para aquilo que se considera “limiar da pobreza” é superior ao “ordenado mínimo”, isto só em Portugal é que acontece, ao receber o ordenado mínimo já “caiu” no limiar da pobreza, o limiar da pobreza é 60% do rendimento médio, se ele é superior ao ordenado mínimo quer dizes que existe um fosso grande entre rendimentos, das duas uma ou se aumenta o ordenado mínimo em cerca de 20%, de forma a que o tecto do “limiar da pobreza” seja inferior ao ordenado mínimo, ou baixamos os ordenados mais altos, o ordenado médio nacional é cerca de 650€, acha que com este rendimento alguém pode pagar aquilo que advoga? Acha que uma família que tem por média um rendimento de 1300€ cerca de 260 contos, pode pagar, casa, transportes, saúde, educação para os filhos e ainda pagar complementos de reforma?

Vamos agarrar na faixa etária que mais pode vir a sofrer com estas medidas, casal com mais ou menos 45 anos e dois filhos estudantes e com o tal rendimento de 1300€.

Casa modesta 400€
Passe social(4) 200€
Agua, Gás, Luz 75€
Má Alimentação 600€
Sobra 25€

Acha que alguém pode viver e ainda por cima pagar complementos de reforma com este rendimento? que, repito é o rendimento MÉDIO.

A não ser que me diga “problema deles”.

Cumprimentos

11:44 da tarde  
Blogger Pedro Santos Cardoso said...

Mais um destes comentários tão extensos, caro Elisário, e convidamo-lo para escrever neste blogue.

1:00 da manhã  
Blogger Mário Almeida said...

O Karloos está ocupado a mostrar a fotografia da chavala ao puto, por isso vou-me meter ao barulho...

1 - Se amanhã o Bill Gates viesse viver para Portugal, o limiar da pobreza baixava e os restantes dez milhões de portugueses continuavam a viver exactamente igual. Mas o defunto Jaquinzinhos explica isto muito melhor que eu (http://jaquinzinhos.blogspot.com/2003/06/no-venhas-bill-gates-por-favor.html)

2 - "Acha que alguém pode viver e ainda por cima pagar complementos de reforma com este rendimento?" - Se não fossemos obrigados a descontar 11% para a segurança social...

3 - "A não ser que me diga “problema deles”." - Falo por mim, mas o Karloos não deve andar longe : Eu não concebo, não aceito e nunca aceitarei como uma naturalidade ou fatalidade que no meu país, (nem no resto do mundo claro, mas falamos de Portugal), alguém morra de fome ou de frio ou de qualquer razão que advenha da pobreza. O que nos separa (a mim e a si, neste caso) é o caminho. Não é o destino.

Um abraço

1:09 da manhã  
Blogger Mário Almeida said...

Apoio público.
Perde-se um comentador mas ganha o debate.

1:11 da manhã  
Blogger Pedro Santos Cardoso said...

Nem é preciso esperar: caro elisário, quer pertencer ao nosso blog? Mande mail para blogoeleito@gmail.com.

1:52 da manhã  
Blogger Carlos Guimarães Pinto said...

Caro Elisiario,
Espero que se venha a juntar ao Dream-Team ou, pelo menos, que continue com esta assiduidade nos comentários. O estado social e a dupla de velhos amigos do PS bem precisam de quem os defenda :)
Antes de mais a conta que faz é demasiado simplificadora. Acredite que há muitas famílias como a que indica que tem um orçamento daqueles e vivem anos a fio.
Se leu bem o estudo que apresentei, viu que as familias passarão a descontar menos para a segurança social e desse valor surgirão então os suplementos de reforma que seria geridos conforme as possibilidades da familia. Como sabe, os gastos duma familia não são sempre os mesmos ao longo da sua existência (antes e depois dos filhos nascerem, de terminarem os seus estudos,etc). Assim junte ao orçamento da familia um pouco mais de 100 euros pelos descontos que deixarão de fazer à SS e que passa a estar disponível para aquilo que a familia entender (complementos de reforma ou qq outro custo).
O que se pretende aqui é acabar com a parte dos descontos que vai para pagar reformas e subsidios de desemprego de dois, tres, quatro ou cinco mil euros. Como está dito, cada pessoa descontaria apenas o suficiente para receber uma pensao minima em caso de necessidade. Espanta-me imenso as resistências da esquerda a este sistema que é um sistema bem mais apaziguador de diferenças e bem mais justo para os que recebem menos.

Seja como membro da tripulação ou passageiro, bem-vindo ao barco!

3:01 da manhã  
Blogger Biranta said...

Já percebi! Deve ser por causa disto que, neste país (e no resto do Mundo também) os economistas e outros "grandes teóricos" nada conseguem resolver... fazendo com que a situação se arraste sempre para pior.
Oh meus caros, em 2020, aquilo que vocês dizem agora vai valer ZERO... espero eu, para bem do país e do Mundo. A meu ver isto são "soluções de carregar pela boca", que já ninguém engole, porque perdem de vista a "dinâmica" das sociedades constituidas por HOMENS, seres capazes de resolver todos os problemas. As soluções impostas, nunca são soluções...
Ao invés, talvez fosse útil, para vós próprios e para a vossa estabilidade emocional, perceberem que o que estão a discutir e a perspectivar é, não a falência do segurança social, mas a falência (com o inevitável desaparecimento) do actual modelo económico (e sem sombra de dúvidas, do actual modelo político).
A segurança Social (as caixas sindicais de previdência) surgiram por genuína solidariedade entre os profissionais de cada sector e cumpriram bem o seu papel, no início. O Estado teve necessidade de lhes "deitar a mão" quando começaram a ter muito dinheiro, que é como quem diz: poder!
Deitou-lhes a mão, legislou, regulamentou, proibiu, obrigou e... destruiu...
O problema nunca poderá ser resolvido da forma como aqui é apresentado.
Por outro lado, as pessoas também não vão implementar soluções para que o Estado, quando lhe apetecer, "deite a mão", como já acontece com alguns fundos de pensões...
Ao invés, se os responsáveis e políticos e "teóricos", não quiserem que as soluções venham a "passar por cima deles", celindrando-os, seria melhor que se ativessem às coisas simples, mas eficientes e, em vez de estudos e propostas grande-eloquentes, que não valem um pataco, tentassem resolver os problemas CONCRETOS, cada problema concreto... Para quem não consegue ter melhor e maior visão das coisas, eu garanto que conseguiriam lá chegar... às soluções.
Sabem qual vai ser o pior problema dos teóricos de agora? É que ganham muito para fazerem nada e, quando isso for indesmentível e ninguém o tolerar...
É sempre bom sermos úteis e eficazes. É uma garantia!

11:00 da manhã  

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