O Eleito

quinta-feira, dezembro 22, 2005

O Regresso Do Vilão

Estávamos no princípio da década de 90, a opinião era unânime: Portugal desenvolvia-se, convergia com os níveis europeus mais do que qualquer outro país que andava a receber os mesmos fundos europeus e a beneficiar da mesma conjuntura internacional. A opinião era unânime.
Ó da guarda, que isto unanimismos é coisa de fascismo! Ó da guarda, que o estado socialista deve é viver de crises e instabilidade! Está na constituição! Há quantos anos não se queima nada?
Soares, Portas e Cunhal trataram disso. Como um grupo de super-heróis cada um tinha o seu poder: Cunhal com as palavras mágicas "25 de Abril" movimenta os sindicatos, Portas com o abanar da sua varinha mágica Independente liberta os poderes da demagogia e Soares, o líder do gang, contra-poder em full-time, faz o resto. Com tantos poderes as forças do bem trouxeram as pessoas para a rua. As pessoas, coitadas, quais manifestantes anti-globalização a queimar os malvados dos restaurantes do Mcdonalds, cortavam estradas e pontes dias a fio, construíam muros em avenidas principais. Desde quando é que destruir propriedade privada, ou pública, deixou de ser um direito dos cidadãos? "Ele roubou-me quinhentos paus!" diziam uns, "A mim quer-me tirar 4 contos por mês para pagar os meus estudos!", o povo tremia, "Esse fascista privatizou o meu banco e agora obrigam-me a trabalhar 7 horas por dia!", "É feio e tem um sotaque horrível", diziam outros. O vilão Cavaco já em desespero dizia "Deixem-me fazer mal, deixem-me fazer mal". Os polícias, soldados do mauzão Cavaco, atacavam sem dó nem piedade, faziam pontaria à espinha dorsal das pobres pessoas com as suas balas de borracha e jactos de água. O trio fantástico ganhou!
Entretanto vieram outros mauzões, porque tem que haver sempre um, que fizeram bem pior e arrastaram o povo para a fome mas mau mesmo foi aquele malvado do Cavaco. O povo sente saudades de Cavaco. Imbecil este povo.
Os saudosos da luta e da agitação vibram com o regresso de Cavaco. O que seria de Super-Homem sem o seu Lex Luthor? O que seria do Batman sem o seu Jocker? O último dos sobreviventes do trio fantástico colocou-se logo na frente de combate. Como os vilões são sempre grandes, o Super-Mário tem de aplicar golpes baixos. Receio que desta vez não seja possível vencer. Bêm aí os facistaz!!!!

8 Comments:

Blogger Salvador said...

muito bem.

10:12 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

... ha aqueles que morrem e depois ha os outros!...
Os que ficam assim.

11:22 da tarde  
Blogger Carlos Guimarães Pinto said...

Ficam assim como? Anónimos?

11:32 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

que não seja por isso podes-me tratar por Zé

11:52 da tarde  
Blogger Carlos Guimarães Pinto said...

Feliz Natal Zé.

12:31 da manhã  
Blogger Mário Almeida said...

"Ficam assim como? Anónimos?"

I give you ... Karloos

:-)

1:09 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

para ti tb Carlos

1:10 da manhã  
Blogger David Afonso said...

Deve ser muito confortável ter uma visão tão linear das coisas...

7:01 da tarde  

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