O Eleito

segunda-feira, novembro 07, 2005

RE:RE: Cavaco! Eu Não Acredito

Eu sei, como a maioria dos portugueses sabe, que ele não foi um Primeiro-Ministro perfeito. O problema não é esse. O problema é que há um outro candidato que ainda fez pior.

Penso que se refere a Mário Soares. Mas não se pode comparar Mário Soares - Primeiro-Ministro, com Cavaco Silva - Primeiro-Ministro. Mário Soares, sobretudo no governo do Bloco central, teve de governar com o país na bancarrota. Conseguiu equilibrar minimamente as finanças e conseguiu a nossa entrada na CEE. Bem ou mal era a única estratégia e o único rumo possível para Portugal. É certo que nem tudo se deve a Soares, o governo do Bloco central, foi constituído pela nata de Portugal. Nunca mais houve um governo em Portugal com tantos ministros competentes.
NOTA: Para quem tem lido o meu blogue poderá ficar surpreendido com o tom deste ultimo parágrafo, mas confesso que me sabe a sapo. Nutro e continuo a nutrir pela família Soares/Barroso um ódio de estimação.
Cavaco que tanto criticou o triunfo da má moeda esquece-se que esta ultima começou a sua ascensão ao poder nos seus próprios governos.

Além disso você aponta dois erros a Cavaco Silva: 1- de ter uma estratégia errada 2- de não ter estratégia. Como sabe A não pode ser A e não A.

Em termos de resultados, neste momento é indiferente a má estratégia ou a não existência de estratégia. Os resultados estão à vista. São os mesmos.

É sempre fácil dizer a posteriori afirmar que essa era a estratégia errada e que o dinheiro devia ter sido tirado de A e em vez de ir para B ir antes para C.

Nos dois casos que apontei, não o estou a afirmar “a posteriori”, foi afirmado e muito divulgado, por muita gente competente, ainda antes de se terem tomado as más decisões. Cavaco e o seu governo é que pareceram não querer ouvir. Sobretudo um certo ministro, deputado por Aveiro, que era membro da administração de mais de 250 empresas ao mesmo tempo! (a má moeda)
No meu caso particular, sou licenciado em Engenharia Têxtil, refiz, após acabar o curso, a minha estratégia profissional e hoje em dia, 10 anos após sair da indústria têxtil, não tenho preocupações com o futuro, ao contrário de muitos colegas meus que não sabem se estarão a trabalhar no próximo ano, e sobretudo não tenho a sensação de apenas ser competente numa área profissional em vias de extinção.


"1º - O facto de ter governado em período de crescimento, logo após 11 anos de depressão, crise profunda e contenção"
RE: por esta ordem de ideias Durão Barroso seria o candidato ideal, foi o Primeiro-Ministro num momento económico particularmente difícil.
Isso nem pensar, apesar de ser o chefe de governo em período difícil (nada comparado com o período 83/85), foi um PM medíocre, apenas não demos por isso, pois veio Santana logo a seguir.

"2º - A mediocridade relativa dos seus sucessores à frente do governo"
RE: por esta ordem de ideias nenhum Primeiro-Ministro da III República mereceria ser PR, pelo simples facto de Cavaco, apesar de ter sido mau, foi apesar de tudo, o melhor!
Correcto! Porque é que iram ser bons Presidentes (no nosso quadro constitucional) se não valeram nada como Primeiro-Ministros. Se o nosso quadro constitucional fosse como o alemão, qualquer cidadão português com mais de 35 anos e que soubesse ler, escrever e contar, o poderia ser, bastava ser simpático e diplomata! Por falar nisso quem é o presidente da Alemanha? Alguém sabe o nome dele?

"3º - Os anos de silêncio que se remeteu após 1995"
RE: por esta ordem de ideias o seu candidato ideal seria Santana Lopes, ao menos esse, sempre andou por aí...
Se Cavaco fosse tão interventivo nestes 10 anos, como o foi Soares, com certeza que as sondagens seriam outras!
Publicado também no "Nova Floresta"

7 Comments:

Blogger Salvador said...

o essencial do seu post original é o seguinte: "Cavaco é um mito". Mas ele não é um mito. A maioria que neste momento as sondagens lhe dão não são baseadas em mentiras. a vantagem dele justifica-se pela mediocridade dos outros candidatos.

11:42 da tarde  
Blogger Biranta said...

As coisas têm de ser ditas como elas são. De facto, não se pode comparar Cavaco P.M., com Soares P.M., apenas porque Soares foi pior do que Cavaco. Mas ambos têm enorme percentagem de responsabilidades no descalabro de situação que hoje vivemos. Além disso, é fraco argumento para mobilizar votos e justificar uma eleição o facto de "os outros serem piores do que ele". Caramba! Dito assim, até parece que eles estão todos de conluio, apostados em impedir a resolução dos problemas do País...
Aqui, como em toda a parte do Mundo, existem as pessoas "certas" para cada cargo e função. Elas são, habitualmente, cilindradas pelos "traficantes" de interesses. Neste caso, a partir do que se diz no post, concluiu-se que estes "traficantes" são todos do mesmo grupo e partilham os mesmos objectivos. Só por isso ocupam espaço que não devem.

12:21 da tarde  
Blogger Salvador said...

Caro Biranta,

não alinho em nenhuma teoria da conspiração em que os melhores candidatos a certos cargos são sempre afastados pelos ditos "interesses". os interesses sempre existiram e sempre se manifestarão, e não são apenas entidades abstractas, somos também nós.

A questão é que em democracia contam os candidatos que se apresentam, podemos gostar mais ou menos deles, e ao contrário do que já ouvi afirmar, o abstencionismo não conta (não tou a julgar, apenas a constatar um facto), portanto temos que votar no que nos apresentam.

Eu gosto mais de um candidato, não quer dizer que o considere o ideal de perfeição, mas para mim é o melhor que há. O que não aceito é que se tente passar a imagem de que esse candidato é uma fraude só porque não se gosta dele e até agora ele reúne mais apoios da maioria das intenções de voto.

4:02 da tarde  
Blogger Biranta said...

Por acaso, a meu ver, se há candidatos fraude, não é esse, ou não é só esse, nem principalmente esse. Agora quanto ao facto de votar no que há, meu amigo... respeito a sua opção (nem interessa nada que eu não respeitasse), mas não alinho nisso. Como eu estão mais de 45% dos eleitores. É muita gente! Tanta que o facto compromete as hipóteses de resolução, adequada, dos nossos problemas.
Pode dizer o que disser que eu continuo a afirmar (porque é verdade) que existem as pessoas adequadas para cada cargo e função. Quanto às teorias da conspiração, meu amigo... há quem lhe chame "lobbies", quem reconheça a sua existência e os enalteça, descaradamente e em directo, na televisão. Também há quem lhes chame "compadrio e tráfico de influências"... mas que existe, à isso existe, eu posso garantir...

9:33 da tarde  
Blogger Luís Bonifácio said...

O facto de ele não ser "um mito", na realidade é apenas uma pessoa muito normal. Não quer dizer que seja uma fraude!
Fraude (como candidato presidencial) é talvêz Jerónimo e Louçã, que não estão minimamente interessados na presidencia. Estão apenas interessados na tribuna e em saber qual dos dois vale mais.

12:59 da manhã  
Blogger Salvador said...

Caro Biranta,

eu reafirmo: os interesses ou lobbies existem e são legítimos. Todos temos os nossos interesses e todos temos o direito de os manifestar. Não podemos ter preconceitos contra isso só porque uns interesses são mais poderosos do que outros. À luta entre eles chamamos democracia.

6:04 da tarde  
Blogger Luís Bonifácio said...

Hoje vimos o que os Lobbies são capazes em Portugal.
Quem tenha criancinhas que as proteja, pois os pedófilos de avental vestido têm novamente carta branca!

10:59 da tarde  

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