O Eleito

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Inquérito Cívico: Jerónimo de Sousa (2 de 7)

2 - Como poderá um cidadão apartidário intervir politicamente?

Entre os factores de degradação da democracia a que vimos assistindo com preocupação no nosso país, está o crescente alheamento dos cidadãos da vida cívica e política.
É já um lugar comum lamentar a falta de participação dos cidadãos na vida política, quer a propósito do aumento das taxas de abstenção eleitoral, quer pela falta de interesse dos cidadãos, quer pela desconfiança com que estes encaram a política e os políticos em geral.
Só que as soluções que os responsáveis pelos sucessivos governos apresentaram para alterar este estado de coisas, como é o caso da famigerada “reforma do sistema político”, contribuem ou podem contribuir para descaracterizar ainda mais a democracia portuguesa.
Os que continuam a falar da participação dos cidadãos são os mesmos que dão exemplos escandalosos e que fazem da vida política uma sucessão de actos de falta de ética e de princípios, fazendo no governo exactamente o contrário do que propõem na oposição, como tem acontecido, alternadamente com os partidos que se sucedem no governo.
É necessário inverter este estado de coisas, por forma a assegurar uma verdadeira democracia participativa que, por um lado não se esgota nos partidos, certamente, mas que não pode nem deve confundir-se com o discurso contra os partidos, procurando fazer esquecer o que custou a liberdade de constituição de partidos políticos em Portugal.
Dentro ou fora dos partidos políticos, é absolutamente necessário incentivar a participação democrática, tornando-a uma prática quotidiana na tomada de decisões nos mais variados planos e áreas, seja ao nível da organização laboral nas empresas e sindicatos, seja na multifacetada área associativa, seja em sectores como o ambiente, saúde pública, património e qualidade de vida em geral.
É também muito importante que seja estimulado e garantido a todos, quer pessoalmente quer pela via associativa, o direito constitucional de iniciativa legislativa popular e o direito de acção popular.

1 Comments:

Blogger Biranta said...

Ah, pois! A chantagem e o arrivismo do costume! Respeitar os cidadãos, as suas opiniões e os seus motivos é que eles não sabem (nem querem saber) fazer!
Também, do PCP não se pode esperar algum sentido, honesto, de democracia...

1:23 da tarde  

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