Inquérito Cívico: Botelho Ribeiro
No seguimento da iniciativa «Inquérito Cívico» (aqui e aqui) passamos a apresentar as respostas dos candidatos. Como era de esperar, poucos -até agora - se dignaram de responder. Na verdade, apenas as candidaturas de Botelho Ribeiro e de Jerónimo de Sousa demonstraram disponibilidade em colaborar connosco. Hoje, apesar de não se tratar de um candidato «finalista», temos as resposta de Botelho Ribeiro. Amanhã será a vez de Jerónimo de Sousa. E depois de amanhã não sabemos.
Perguntas:
1. Quais são as expectativas para a evolução da democracia portuguesa nas próximas duas décadas?
2. Como poderá um cidadão apartidário intervir politicamente?
3. Qual o papel do estado no processo crescente de globalização?
4. Qual o valor estratégico da lusofonia?
5. O que poderá a UE esperar de nós?
6. Muitos têm vindo a dizer que é no financiamento dos partidos que a democracia portuguesa sofre uma maior erosão. Que mecanismos sugere para alterar este estado das coisas?
7. Considera necessária a regionalização? Em que moldes?
Respostas:
1. Se a sociedade civil ganhar força, pode a nossa democracia... democratizar-se. Se não ganhar, continuará o oligopólio!
2. Pode candidatar-se ou apoiar activamente candidaturas de cidadãos efectivamente independentes. Pode, é claro, escrever e participar civicamente de outras maneiras, como eu ando a fazer há 15 anos. Mas se não for "ao terreno deles" diputar-lhes a antena, o bastão do poder, pouco irá mudar efectivamente, se não mudar-mos de pessoas e de atitudes "lá em cima".
3. O papel do Estado, julgo eu, é dar segurança e contribuir para a qualidade de vida aos seus cidadãos. A globalização põe os Estados em competição. A fuga de cérebros é uma das provas de que o Estado Português está a ser muito perdedor nesta competição, apesar de ter grandes condições para estar no número dos vencedores. Há que mudar as pessoas e as ideias, há que abrir o regime em Portugal. "Perestroika" já! :-)
4. A lusofonia é um dos nossos "activos intangíveis" mais importantes e... mais desperdiçados nos ultimos anos por muitas razões, dentre as quais a falta de visãio estratégica da nossa liderança. Por isto acho tão importante uma política com componente cultural, atenta a este património emocional imenso que a lingua portuguesa ainda conserva.
5. Para já, uma mão estendida é o que temos tido para lhe oferecer. Basta ver a forma como sempre saudamos as vitórias negociais traduzidas em milhões para financiar... a nossa "incompetência governativa". No futuro, Portugal pode oferecer algo parecido com o que a Califórnia oferece aos E.U.A. - é esta a minha visão. Um pouco na linha do Pedro Bidarra "Europe's west coast", acho que teremos que oferecer turismo de qualidade, turismo seguro, boas ideias traduzidas em boas tecnologias, mercados mas também oportunidades de cooperação internacional com o mundo da lusofonia e (por que não?) também para a Hispanidad...
6. Concordo cmo esses muitos. Devo ser um deles. É também por isso que me candidato. Por isso corro por fora do sistema partidário. Por isso apostei numa campanha de ideias e sem preocupações de megalomania propagandística de onde, quanto a mim, decorre parte da dependência financeira dos partidos portugueses. Se eu provar com um bom resultado que é possível obter resultados em Portugal com campanhas baratas, talvez os partidos comecem a mudar de atitude. Todos quererm ganhar e, com certeza, nenhum partido deseja ficar eternamente na dependência de interesses económicos. Todos precisam de evidências de que não tem necessariamente que ser assim. Jorge Sampaio já deu um lamiré quando na sua reeleição apostou por uma campanha muito mais sóbria do que aquilo a que estávamos habituados. Mas a verdadeira demonstração viria com a eleição de um "desconhecido", de alguém, passe a vaidade, como eu, quase só com as suas ideias.
7. Considero necessária a descentralização de alguma administração central, da Presidência da República para Guimarães por exemplo, para se poder chegar a um país com verdadeira igualdade de oportunidades, em que os cidadãos não tenham as suas perspectivas tão limitadas pela... geografia do local onde nasceram ou onde decidam viver. Se as regiões pudessem ajudar a este desígnio, seria óptimo desde que não representassem um encargo intolerável para os contribuintes. A proposta que chumbámos, padecia claramente, a meu ver, daquele mal. Valia a pena pensar ponderadamente noutro modelo. Sim, como Presidente de bom grado promoveria essa e outras discussões na sociedade portuguesa.
Amanhã é a vez de Jerónimo.
1 Comments:
Claro! Falar é barato... Porque é que as pessoas não percebem as condições básicas para se ser líder? E que os candidatos devem ser lideres...
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