O Eleito

quarta-feira, janeiro 11, 2006

A Invocação Santânica

Santana Lopes veio dizer que não esquecia, o que se acredita. Como também se sabe que julga piamente ter sido vítima de uma canalhada, o que se compreende. Claro que o Prof. Cavaco poderá crer, com igual fervor, que o traído foi ele, quando o Dr. Santana se demarcou do final do Cavaquismo, de tabuística memória. Claro que é questão igual à do ovo e da galinha, pelo que pouco importa. Mas tentemos dizer qualquer coisa. Os poderes do Presidente são escassíssimos mas excessivos. Assim atestam a inconveniência de se manter o cargo. Escassos porque, em nove décimos do tempo, se cingem às magistraturas de influência, que o mesmo é dizer, a escutar e ecoar desabafos. A parte restante é dada como bomba atómica, ou seja, o que não devia existir, a saber: vetar diplomas e dissolver a Assembleia. Mas é o suficiente para que interessados e comentadores desenterrem "legitimidades eleitorais" opostas, que de todo inexistem. Ou, na linguagem do declarante de ontem, um «sarilho institucional». Que não se vê o Prof. Cavaco a fomentar demasiado, apesar de ter sido alvo dos ameaços impotentes de um dos adversários de hoje, quando ocupava a posição a que quer voltar. Mas que seria plausível no Dr. Santana, o qual passou a vida nos bastidores da política e na decorrente intriga, se tivesse podido candidatar-se, como queria.

4 Comments:

Blogger Biranta said...

Eu, que "jogo" por fora, acho que as declarações de Santana podem prejudicar Cavaco... Independentemente das opiniões, pessoais, de cada pessoa sobre cada um destes protagonistas, estas declarações fazem abanar o "largo consenso" à volta de Cavaco... Também pode acontecer que não tenham qualquer influência...

9:34 da tarde  
Blogger Paulo Cunha Porto said...

Caro Biranta:
Também eu, que por fora jogo, não sei bem qual será o alcance delas. Em princípio, os santanistas sobreviventes, se tal espécie existe para além do próprio, são pessoas muito politizadas, que já deveriam ter feito as respectivas escolhas, contra ou a favor, à hora presente. Veja o caso do Dr. Frexes, ex-braço direito, que não protagonizou qualquer ruptura pública, a receber o candidato com banda e Fundão engalanado, dizendo do amigo que compreendia as declarações como alívio de mágoas...

7:34 da manhã  
Blogger Biranta said...

Paulo!
A "questão" que eu procurei levantar é, um tanto, diferente!
Como sabe (está nos livros) há sempre gente que "alinha" pelas opiniões dos notáveis, às vezes apenas por "razões do coração" (o tipo é simpático...). O número destas pessoas (cada uma delas tem um voto igual ao seu ou ao meu) é tanto maior quanto maisres forem os consensos. Abalado o consenso há sempre alguns que debandam. Se o seu número pode, ou não, influenciar é que eu não sei dizer.
Concordo com a sua análise, mas apenas quanto aos "politizados".

12:52 da tarde  
Blogger Paulo Cunha Porto said...

Caro Biranta:
Sem dúvida, mas suspeito que, neste momento, em relação ao PSL, nem me parece que restem muitos seguidores, nem creio que algum dos fans, a começar pelo próprio, tenha debandado agora. Fizeram-no durante a campanha para as legislativas e assim foram referenciados.
No mais de acordo.
Abraço

8:51 da tarde  

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