domingo, janeiro 29, 2006
O Eleito
Continuarei como sempre por Aveiro [recomenda-se cada vez mais], dividindo o meu tempo entre o Dolo Eventual e a restante blogosfera, entre a minha escrita e os amigos, entre o despertar da minha carreira de advogado e o cinema. Não mais divido o meu tempo entre a leitura e a postagem n'O Eleito, mas continuarei a seguir os colegas nos respectivos blogues. Terei, por outro lado, o privilégio de conhecer pessoalmente alguns dos eleitos no jantar do próximo Sábado. Por isso, o meu simples até já.
Até Já!
O projecto d'O Eleito até nos correu bem. Na verdade cheguei a ter receio de um flop. É que isto de nos instalarmos na terra de ninguém tem os seus custos garantidos. Mas valeu a pena. A nossa ideia era discutir a república e as presidenciais a partir das suas margens, a partir de quem nada tinha a ganhar ou a perder. Era uma ideia arriscada ou “sem jeito nenhum”. E era mesmo! Por isso tivemos o cuidado de recrutar quem estava menos a jeito para estas coisas, com quem diz, quem pudesse ir a jogo sem medo de perder. No fim, ganhámos todos.
Como disse o Tiago Alves, o DoloEventual é um «blogue que se mete em trabalhos». Fazemos questão de continuar a explorar todas a potencialidades da blogosfera e outros projectos surgirão. Contudo, O Eleito morrerá aqui. Tomámos nota das sugestões do José Raposo e do Jorge Ferreira. Em particular, esta última, a de reconvocar as hostes para um O Eleito II a propósito do debate do referendo do aborto parece-me muito interessante. A seu tempo veremos. Para já, eu e o Pedro queremos dedicar mais tempo ao DoloEventual.
Pelo meu lado, também vou estar muito ocupado a desencalhar a minha tese de mestrado sobre a indústria e comércio livreiro no Porto na segunda metade do século XIX (podem acompanhar o meu bloco-notas aberto aqui: http://acidadeolivro.blogspot.com) e a coordenar a produção de uma exposição de arte contemporânea a realizar na Baixa do Porto em pareceria com SRU PortoVivo (dentro de pouco tempo serão divulgados mais pormenores, para já só posso acrescentar que será uma exposição com cinco jovens artistas portugueses e um japonês). A isto ainda acresce o tempo que tenho em dívida para com os meus alunos.
Mesmo com a agenda completamente minada, atrevo-me a deixar no ar uma sugestão, na esperança de que alguém com mais disponibilidade a possa pôr em prática: Um blogue que, na linha do O Eleito, assumisse a missão cívica de «observatório das actividades presidenciais», constituído por bloggers de todos os quadrantes políticos, contanto que fosse encabeçado por um blogger cavaquista (para evitar más interpretações) com o objectivo de continuar a discussão para além do período eleitoral. Seria, ao mesmo tempo, um compêndio de informação sobre a acção do PR e um fórum de discussão. Fica o desafio no ar.
Fica aqui um abraço e os meus agradecimentos a:
Afonso Henriques
Américo de Sousa
Biranta
Isabela
João Oliveira
Jorge Ferreira
José Raposo
Karloos
Luís Bonifácio
Manuela Fonseca
Mário Almeida
Paulo Cunha Porto
Paulo Pereira
Paulo Salvador
Tiago Alves
E, claro, a:
Pedro Santos Cardoso
Até já!
(como quem diz: até Sábado, dia 4, no Festim do Eleito)
Recta Final
Até Sempre
Em Jeito De Despedida!
No século XVIII estas teses resumiam-se, respectivamente, nas seguintes frases: “Penso, logo existo!”; à qual os defensores da segunda tese contrapunham: “Existo, logo penso!”.
É óbvio que estou a assumir, aqui, como “comportamento” não apenas a forma como as pessoas actuam, mas também as suas opiniões e opções ideológicas.
Hoje sabe-se que nenhuma daquelas “teorias”, explicativas do comportamento humano, está completamente certa.
As pessoas são, via de regra, um misto de “informação genética” e experiência, “educação”.
Como todas as regras, também esta tem excepções. Com todos os conhecimentos actuais sobre o genoma humano, sabemos que há casos em que a informação genética parece ser o factor determinante, mas muitos outros casos há em que a experiência tem um papel tão decisivo que até determina alterações profundas nos comportamentos e concepções dos respectivos indivíduos, em função da vivência de determinadas experiências ou acontecimentos.
Falando-se de comportamento, temos que referir que também é inegável a existência dum padrão de comportamento, maioritariamente adoptado, que é determinado pelas condicionantes sociais, pelo funcionamento da sociedade e das instituições, determinado “superiormente”. Quero eu dizer que a forma como uma sociedade é governada e organizada, a forma como funcionam, ou não, as instituições, determina, maioritariamente, o comportamento do seus elementos, ao contrário do que se pretende fazer crer, frequentemente, entre nós, culpando a “natureza humana” e “os outros”, pelas nossas desgraças.
Nas filosofias orientais (onde predominam as “ideologias” em que o indivíduo encontra a sua máxima realização, na harmonia do “conjunto”) uma parte das pessoas “cultas” interage, com a sociedade, também, através da meditação; ou seja: usando uma capacidade humana que é, entre nós, quase clandestina: a energia.
A vantagem desta postura filosófica é que ela “nos” leva a evitar ter atitudes más e perversas, prejudiciais à sociedade, ou com efeitos negativos, porque isso afecta negativamente, “o equilíbrio” do conjunto, prejudicando-nos a nós também. Outra vantagem é que se valoriza o bem-estar comum, porque ele contribui e é determinante para a felicidade pessoal, também, por aquela interacção.
Há outro mérito nesta maneira de estar na vida: a falsidade e a astúcia usadas para prejudicar o conjunto em prol de vantagens particulares são desprezadas, não só devido ao referido efeito perverso, que atinge também o indivíduo, mas também porque essas atitudes e os respectivos protagonistas ficam facilmente expostos, por ser perceptível, para algumas outras pessoas, através das percepções “energéticas”, que são elementos perniciosos.
Semelhantemente, também acho que chegámos a uma situação eu que “ou nos salvamos todos, ou vamos todos para o fundo”, de nada servindo as “vantagens” particulares que alguns têm a ilusão de obter, em detrimento de todos…
Apesar de tudo o que fica dito, a meu ver, a forma como as pessoas se comportam, neste contexto (da interacção social) é, fundamentalmente, resultante da “educação”, do conhecimento, do nível de cultura, do nível intelectual (é importante ter capacidade para perceber o quanto os actos perversos nos afectam a todos, mesmos os que praticamos pensando tirar vantagem).
Esta coisa das energias, e seus efeitos, é comum a todas as pessoas. Digamos que a sua concretização mais “vulgar” se traduz naquilo a que os romancistas decidiram chamar “amor à primeira vistas”. Mas há muitas outras situações em que estas “energias” são bem perceptíveis… basta ter atenção! Digamos que é assim que se explica que os que prejudicam a sociedade não possam nem consigam ser felizes... Digamos que é assim que se explica aquela teoria de que as pessoas "infelizes" atraem "infelicidade"...
Nós, ocidentais, que encaramos as coisas doutro modo, costumamos explicar (ou condenar) os comportamentos como sendo impulsivos, impertinentes, imprudentes, ou malcriados (culposos) até… sem termos em conta a coerência das próprias pessoas, no meio de todo o “desconforto” do conjunto, que as afecta…
É que, em situações como a que vivemos, neste “conjunto”, é natural que as perturbações no “bem-estar” colectivo e, consequentemente, na harmonia energética, afecte as pessoas mais sensíveis e explique os seus comportamentos, “inexplicáveis” para alguns.
O drama dos contestatários é que não lhes será possível ter “sossego”, sem que o “bem-estar” comum esteja minimamente garantido. Esta viagem não tem volta… é uma “opção” sem alternativa.
No entanto, qualquer pessoa de bom senso questiona a bondade das suas próprias convicções, opiniões e propostas, constantemente.
É da discussão que nasce a luz! E é com o confronto de ideias e conceitos que os nossos próprios conceitos se fortalecem, se aperfeiçoam… ou abanam e se alteram (quando há capacidade, e espaço, para melhorar).
Ora, para haver confronto de ideias, é necessário que existam “espaços” de debate, de democracia, onde a democracia seja possível. Quando se instala a “paz podre” a degradação é inevitável e imparável…
Aqui, em “O Eleito” esse confronto de ideias foi possível, foi útil e foi “estimulante”.
Resta-me pedir desculpas aos “confrontantes” mais sensíveis (ou menos habituados à contestação). Espero que todos tenhamos crescido um pouco.
O Eleito valeu a pena; mas, se cada um cresceu um pouco, valeu um pouco mais a pena!
O meu balanço é muito positivo!
Um abraço a todos!
sábado, janeiro 28, 2006
Até À Próxima
Foi com gosto que fui acompanhando e participando no debate sobre a res publica, iniciativa dos Dolos Eventuais David Afonso e Pedro Santos Cardoso proprietários do estabelecimento por eles crismado de O Eleito.
COMUNICADO II
quinta-feira, janeiro 26, 2006
O Festim Do Eleito
David Afonso
Pedro Santos Cardoso
“Apanhados” Da Noite Eleitoral!
Claro!
Missão cumpridíssima!
Sempre foi evidente que a missão de Soares era “proteger” Cavaco da indignação dos cidadãos em relação aos abusos e desmandos (crimes) que têm sido praticados pelo governo…
Eu sempre disse que o candidato de Sócrates era Cavaco (acho que Sócrates votou Cavaco e não Soares).
Também disse que a “missão” de Soares era eleger Cavaco (provavelmente, até Soares votou Cavaco).
Não é que isso me incomode, especialmente. É que não gosto de ver esta gente vigarizar e manipular “as massas”. Ainda por cima de forma tão primária e cretina como definir o objectivo principal de “derrotar Cavaco Silva”, todos contra Cavaco (assim como um osso que se atira aos cães) quando pretendiam exactamente o contrário. Quando eles deitam mão destes estratagemas, só pode ser para os piores fins possíveis. Além de que isto não ajuda nada, pelo contrário, à necessária e premente elevação do civismo e dignidade colectivos.
Só Ana Gomes destoou deste consenso, ao dizer que Alegre se devia sentir culpado… Ana Gomes faz parte do grupo dos que, quando abrem a boca, “ou entra mosca ou sai asneira”… como não havia moscas, por ali…
Ana Gomes denunciou, bem, a lógica, pérfida, dos políticos que não só desprezam os sentimentos e o querer da população, como acham que podem, sempre, manipular as vontades e impor as suas próprias escolhas… desde que não haja alternativa… Não se trata de proporcionar a melhor escolha, mas de impor a que lhes convém, liquidando as alternativas…
Alegre cometeu o pecado de lesa mafiosos de se assumir como alternativa ao “lixo” do costume.
Ana Gomes explicou, bem, que não adianta esperar convencer os políticos a terem um comportamento mais digno, mais democrático e mais idóneo, para com os cidadãos. Não adianta “argumentar”, com gente tão pérfida assim, porque “eles irão continuar a ignorar-nos e a cometer todo o tipo de desmandos, enquanto puderem, enquanto tiverem o controle absoluto e incontrolável do poder, dos meios de decisão. Como muito bem explicou, com estas palavras, Ana Gomes, para eles a vontade do povo só conta se for a imposta por eles e pelas suas manipulações…
Cavaco, no seu discurso de vitória, para se redimir da atitude durante a campanha, começou por agradecer (prestar vassalagem) às “personalidades” e aos partidos apoiantes, com menção explícita aos respectivos líderes.
Só no final do discurso vieram as palavras “de circunstância”, tais como “ser o Presidente de todos os portugueses”.
Esta estrutura do discurso é nova e diferente. Habitualmente, estes discursos começam com as palavras “de circunstância”.
A dúvida que me assaltou, desde logo, foi:
Será que Cavaco quis descansar os partidos seus apoiantes, quanto à vassalagem que entende lhes ser devida e lhes vai prestar? Ou será que fez exactamente o contrário, tentando “saldar” as dívidas, com este agradecimento e se libertar das algemas?
Não creio que Cavaco tenha estrutura intelectual nem de carácter para “se libertar das algemas”… Até porque tem muitos conceitos, perversos, coincidentes com os destes partidos (de todos os partidos). Mas cá estamos para ver!
Tal como censuro e condeno os actos condenáveis, também cá estarei, para aplaudir, se for caso disso…
Chateia-me esta sensação de desconforto que sinto, por me parecer que “Cavaco em Belém” vai ser pior do que foi “Santana em S. Bento”.
quarta-feira, janeiro 25, 2006
Comunicado
terça-feira, janeiro 24, 2006
Notas Pós-Eleitorais 6
Notas Pós-Eleitorais 5
Imprensa (24/01/2006)
- Interrupção de Alegre foi uma infeliz coincidência
- Abstenção ganha na emigração
- Uma nova equipa em Belém
- Derrota de Soares usada como arma (estes socialistas...)
- Socialistas condenados ao entendimento
- Grupo parlamentar cheio de alegristas
- PS não hostiliza Alegre
- Alegristas querem mais poder no partido
- Soares analisa resultados
- Santana anda por aí
- Transição tranquila
- Alegre fazz silêncio para decidir
- Campanha de Alegre paga-se a si própria
- BE não pune Joana Amaral Dias
In The End
Tiago Alves
É Normal
Algo Se Perdeu Nestas Eleições ...
Não costumava ser assim ?
segunda-feira, janeiro 23, 2006
Notas Pós-Eleitorais 4
As Eleições Na Imprensa Estrangeira
- Faro de Vigo
- El Pais
- El Mundo
- O Globo
- Folha de S. Paulo
- Libération (dia 22)
- Le Figaro
- Le Monde
- Financial Times
- BBC
Vencidos (5)
Vencidos (4)
Vencidos (3)
Vencidos (2)
Vencidos (1)
Vencedores (2)
Vencedores (1)
Notas Pós-Eleitorais 3
Um Pedido De Desculpas Público
Queria-vos dar uma satisfação para a minha saida deste blog no dia em que, curiosamente, ele encerra a sua nobre função, da qual me orgulho de ter contribuido numa modestissima parte.
A questão é que no passado dia 7 de Dezembro fui convidado a exercer funções de assessor de imprensa na CMAveiro e tive a minha vida profissional e pessoal (estava a trabalhar em Lisboa) feita em pantanas.
Estas primeiras semanas não foram fáceis e muitas vezes pensei em escrever aquilo que entendia como o fim da minha participação no blog. Lastimo não o ter feito. é um facto.
Se calhar porque queria intervir mais, se calhar porque tinha o bichinho de escrever e participar neste blog. a verdade é que não o fiz e por isso penitencio-me publicamente.
Achei este blog um espaço de participação fantástico, que vim ler todos os dias e gostava de manter contacto, como vou mantendo, com todos vocês, via blogues...
Um abraço a todos e como imagino que outros sintam o mesmo: VIVA O REI!
Se Todos Os Votantes Contassem...
Se os votos brancos e nulos contassem, para o cálculo das percentagens atribuídas a cada candidato (como acontece nas legislativas), Cavaco Silva NÃO teria sido eleito à primeira volta!
Teria obtido, apenas, 49,66% dos votos
É caso para dizer que foram "passos perdidos" os dos que interiorizaram os apelos ao voto e foram tentar "marcar posição".
Presidenciais 2006, Resultados!
No meio dum turbilhão de coisas para analisar, criticar, (cuja verdadeira dimensão e significado ainda desconhecemos) vamos ater-nos, por agora, apenas, aos VERDADEIROS Resultados Eleitorais de ontem, calculados com os números disponibilizados pelo site oficial, às 12 horas do dia 23 de Janeiro de 2006:
TOTAL DE ELEITORES INSCRITOS: --- 8 830 706 ------ Perct.
Total de votantes ------------------------- 5 529 117 ----- 62,61%
Cavaco Silva --------------------------- 2 745 491 ----- 31,09%
Manuel Alegre --------------------------- 1 124 662 ----- 12,74%
Mário Soares ---------------------------- -- 778 389 ----- - 8,81%
Jerónimo de Sousa -------------------- -- 466 428 ----- - 5,28%
Francisco Louçã ------------------------- -- 288 224 ----- - 3,26%
Garcia Pereira --------------------------- --- 23 650 ----- - 0, 27%
Abstenção + Nulos + Brancos --------- - 3 403 862 ---- 38,55%
Se eu adoptasse a atitude, estupidamente presunçosa e mesquinha, que caracteriza os políticos e os apoiantes dos concorrentes, proclamaria vitória e reivindicaria “a credibilidade” devida a se terem concretizado as minhas “previsões”.
Mas eu não faço isso porque, ao contrário dos referidos, não tenho problemas de auto estima, nem de afirmação pessoal, ou de “reconhecimento”; muito menos pretendo impor as minhas opiniões ou opções, em detrimento das alheias.
Não faço isso porque esta é uma situação deplorável, desesperante, que apenas “promete” a continuação e agravamento das “nossas desgraças”, da falta de esperança e ausência de auto estima colectivas. Não há como “alimentar” euforias (falsas)…
Não faço isso porque a circunstância de a situação ser da total responsabilidades dos protagonistas políticos não adianta um milímetro à luta por mais e melhor democracia.
Não faço isso porque “mais e melhor democracia” implica igual respeito pelas opiniões e opções expressas por todos e por cada um, incluindo a abstenção (sem excluir “os outros”).
Não faço isso porque o que me move é lutar pelo reconhecimento do respeito devido a TODOS, incluindo, portanto, os que votaram em algum dos candidatos. Não estou a disputar espaço alheio, mas o direito ao próprio espaço, a que este não seja apropriado, indevidamente, por outros
Mais! Luto pela valoração da abstenção, apenas e só, porque permite resolver os nossos problemas colectivos.
Luto pela valoração da abstenção porque a nossa classe política é composta por gente sem pudor, sem vergonha e sem dignidade, cínica, a quem tem de ser imposta “rédea curta”, meios de responsabilização, para travar os seus ímpetos perversos, que nos têm destruído (e nos irão continuar a destruir, como se pode ver pelo resultado destas eleições).
Cavaco Silva foi conduzido em ombros, pelos restantes, candidatos, desde antes de ter anunciado a sua candidatura, até à eleição. Ganhou, com a ajuda de todos os outros. Por isso nenhum se pode queixar dos resultados, que ajudaram a “obter”. Principalmente o Primeiro Ministro, apostou, desde o início, na eleição de Cavaco Silva. Este foi o “seu” candidato, desde sempre. Eles são da mesma laia… TODOS!
Já agora, como termo de comparação (e porque este post tem grandes probabilidades de ser lido à distância; no tempo e no espaço), aqui ficam as percentagens oficiais, de votos, atribuídas a cada candidato:
Cavaco Silva ------ 50,59%
Manuel Alegre ---- 20,27%
Mário Soares ----- 14,34%
Jerónimo ---------- - 8,59%
Louçã -------------- - 5,31%
Garcia Pereira ---- - 0,44%
Convenhamos que ser eleito com 50,59%, ou ser eleito com 31,1% dos votos tem significados completamente diferentes. A vigarice é tal que a população nem sequer tem direito à verdade dos números…
Notas Pós-Eleitorais 2
Notas Pós-Eleitorais 1
O Discurso A Eleger
Imprensa (23/01/2006)
- Cavaco toma posse no dia 9 de Março
- Sócrates deu votos a Cavaco
- PS continua à frente nas intenções de voto
- Alegre e os socialistas
- Miguel Veiga: vitória de Cavaco é derrota do PSD
- Eleição de Cavaco e divisão do PS
- Vitória tangencial de Cavaco
- Cavaco 1, Cavaco 2, Cavaco 3, Cavaco 4
- Alegre 1, Alegre 2, Alegre 3
- Soares 1, Soares 2, Soares 3
- Jerónimo 1, Jerónimo 2, Jerónimo 3
- Louçã 1, Louçã 2
- Garcia
Vencedores E Vencidos
Cavaco Silva
José Sócrates (Primeiro-Ministro)
Manuel Alegre (o que ficou à frente de Soares)
Jerónimo de Sousa
Marques Mendes (o que apoiou o candidato vencedor)
Ribeiro e Castro (o que apoiou o candidato vencedor)
Ramalho Eanes
Freitas do Amaral
Garcia Pereira
António Borges
Pulo do Lobo
Vencidos
José Sócrates (Secretário Geral do PS)
Mário Soares
Clã Soares (é muita derrota em três meses)
Manuel Alegre (o que não forçou a segunda volta)
Francisco Louçã
Santana Lopes
Joana Amaral Dias (a do BE)
Joana Amaral Dias (Mandatária de Mário Soares)
Rui Oliveira e Costa
Marques Mendes (o que vai ter a vida dificultada na oposição)
Ribeiro e Castro (o que vai ter a vida dificultada no partido)
Super Mário
Prontos
Cavaco lá ganhou e Maria Cavaco substituirá Maria Rita como primeira dama - ligeira melhoria, mas pouco.
Quanto às sondagens, estiverem bem mais afinadas que nos últimos actos eleitorais. Através de uma leitura apressada do Margens de erro, vejo que a sondagem que mais se aproximou dos resultados finais foi a do Correio da Manhã feita pela Aximage e publicada no dia 20. Curiosamente esta foi a que teve uma amostra menor. Coisas que Pedro Magalhães explicará concerteza.
Quanto a Vencedores:
CAVACO, claro
Manuel Alegre - colocou Soares no seu devido lugar!
Jerónimo Sousa - concorreu para defender a sua posição e venceu Louçã em toda a linha.
Vencidos
SOARES - levou o maior banho da sua vida e ... não havia necessidade disso.
Louçã - Quis dar uma estocada no PCP, mas o Sr. Professor acabou estoqueado pelo operário Jerónimo em faena que mereceu alguns aplausos apenas.
Joana Amaral Dias
A corte Soarista
Santana Lopes - espero que para sempre!
Quanto a Sócrates, acho que ganhou, pelo menos sob o ponto de vista interno.Com Soares a carpir mágoas, a sua clique não terá mais remédio que encarneirar a contra gosto atrás do lider.
No que respeita a Alegre, Socrates, desculpando-se com a "Traíção", fará sem dúvida sangue para ser o lider incontestado do PS pelos próximos anos.
Em jeito de despedida, dedico ao Dr. Soares esta música dos Felt, que julgo bastante apropriada ao momento que ele vive - "Dismantled King is off the throne"
Publicado também no "Nova Floresta"
domingo, janeiro 22, 2006
O Eleito
Felicitações
Um grande bem haja e um abraço de felicitações democráticas a todos os que aqui manifestaram o seu apoio a Cavaco Silva.
Os Presidentes
Teófilo Braga (1910-1911)
Manuel Arriaga (1911-1915)
Teófilo Braga (1915)
Bernardino Machado (1915-1917)
Sidónio Pais (1918)
Canto e Castro (1918-1919)
António José de Almeida (1919-1923)
Manuel Teixeira Gomes (1923-1925)
Bernardino Machado (1925-1926)
Mendes Cabeçadas (1926)
Gomes da Costa (1926)
Óscar Carmona (1926-1951)
Craveiro Lopes (1951-1958)
Américo Tomás (1958-1974)
António de Spínola (1974)
Costa Gomes (1974-1976)
Ramalho Eanes (1976-1986)
Mário Soares (1986-1996)
Jorge Sampaio (1996-2006)
Marques Mendes
Que Grande Democrata !
- Ganhou por pouco
- A direita apoderou-se deste orgão se soberania
Camarada Jerónimo
Como É Que Ele Vai Ser Chamado Agora?
A Festa
Mais Uma Vitória Da Democracia
Fractura
Prevê-se para breve o discurso "presidente de todos os portugueses", mas a intervenção mais aguardada da noite será a de Sócrates.
Ana Gomes
Esta sabe menos acordada do que a outra metade do PS a dormir.
Jorge Coelho
Este sabe mais a dormir que metade do PS acordado.
Cavaco Acusa Nervoso Miudinho
Votar Em Miragaia
Memórias
Este sentimento estranho acompanhou-me até chegar a casa. Mesmo na hora do voto estive sob este efeito narcótico. Apesar de ter votado alegre. Mas, como disse há pouco, estes alfarrábios da memória, embora um pouco nostálgicos, fazem-me bem.
Afluência Até Às 17h
A única verdadeira surpresa desta noite poderia ser a existência de uma segunda volta, que assim pode estar comprometida. No entanto, o raciocínio inverso também é possivel, tendo alguns votantes de Cavaco Silva desmotivado devido às sondagens que lhe davam a vitória à primera.
De qualquer forma perdem todos e especialmente os portugueses que continuam a afastar-se da politica.
Dúvidas Dominicais
Conseguirá Cavaco a vitória à primeira volta, ou iremos ter de aguentar mais uma seca de campanha?
Conseguirá Alegre colocar Soares no sítio devido?
Qual o grau de acerto da "Sondocracia" nacional?
Publicado também no Nova Floresta.
Aliar O Útil Ao Agradável
Votem!
Vote no Rato Mickey
Vote no Cunhal
Vote em Ramalho Eanes
Vote em D. Duarte
Vote na Manuela
Vote no Vieira
e também na Carmelita
Vote, porque o Branco e a Poltrona da sala não contam mas nulo, conta e só assim pode mais tarde exigir mais e melhor!
Post-Scriptum: Se quiser votar em um dos 6 nomes do boletim, também pode!
Publicado também no "Nova Floresta"
Imprensa (22/01/2006)
- 8993770 eleitores
- Existem 187 mil emigrantes recenseados
- Emigrantes da Califórnia podem atrasar resultados
- CNE vai analisar notícias de campanha do CM (sábado)
- Funções de um PR
- Os candidatos ficam em casa
- O sucessor de Sampaio
- Portugal depois de Spinola
- Três cenários em aberto
- Possibilidade de primeira derrota de Sócrates
- Garcia diz que campanha serviu para elevar a consciência cívica
- Os últimos 45 dias de Sampaio
A Preguiça
O 25 de Abril já foi há muito tempo e a história de que antigamente não se podia votar não me seduz nada. Compreendo que quem tem mais de 45 anos se lembre bem e que a memória do passado o empurre para as urnas. Mas para mim, e penso não ser o único, votar é um direito natural. Quando cheguei já cá estava.
Escrevo isto para lembrar que a abstenção não é só descontentes e revoltados. Também lá tem muitos preguiçosos e comodistas.
O Descanso
Depois de 4 entrevistas à televisão, 12 aos jornais, 6 à rádio e 4 debates.
Depois de 100 almoços, 100 jantares e 40 almoços ajantarados onde se incluem 133 febras grelhadas, 56 frangos assados e 86 sandes mistas.
Depois de 236 cafés, 476 sumos de laranja e 32 litros de águas com gás.
Depois de 54 pastilhas de Kompensan, 23 comprimidos de Nimed e 37 gotinhas de Cholagutt.
Depois de beijar 365 criancinhas, 256 velhinhos, 96 peixeiras e 58 vendedoras de fruta.
Depois de apertar a mão a 821 homens e 767 senhoras, abraçar 245 entusiastas e levar um estalo de 1 veterano.
Depois de fazer 2.458 vezes o sinal de OK, 5.699 o sinal de adeus e por 1.685 vezes juntar as duas mãos no ar.
Depois de mandar um SOS.
Depois de quase deslocar o maxilar.
Depois de dizer “Olá, Como está ?” 12.659 vezes, fazer 34.856 mini-conversas de treta e ouvir 63.845 desgraças.
Depois de ter que ir pedir dinheiro ao banco, aos interesses ocultos, aos capitalistas e ao partido.
Depois de ter que aturar 89 desportistas, 165 sindicalistas, 46 empresários, 236 operários, 1.875 pessoas da cultura e o Alberto João.
Depois disto tudo, qualquer pessoa precisa, e merece, um dia de descanso. O absurdo é o nome que lhe dão. Deveria chamar-se Dia de Descanso do Candidato. Seria a verdade e todas as pessoas compreenderiam.
Mas depois da campanha, “instruir” os eleitores a sentarem-se e a pensarem em quem vão votar é de um paternalismo patético que só não é insuportável porque verdadeiramente ninguém se importa. Hoje até deu futebol na televisão e tudo …
sábado, janeiro 21, 2006
Reflexão
Pouco ou nada!
Os candidatos poucas ideias apresentaram ao país, e estas, são já antigas. Tão antigas que até lhes chamamos “ideias feitas”, objecto de inúmeras “reflexões” em eleições passadas.
Por minha parte, e em jeito de balanço, apenas registo nesta campanha, um único facto. Melhor dizendo, um único “exemplo” – Manuel Alegre.
O Poeta, que nos 30 anos que levamos de Democracia, sempre se ocupou um lugar terciário na sombra política, era em meados do ano transacto, o candidato oficioso do PS, muito por culpa dos inúmeros passos atrás, dados por outras figuras do Universo Socialista. Mas num Golpe de teatro Mário Soares sai das prateleiras da história, dá o dito por não dito e apresenta a sua candidatura, com candidato do PS, ignorando completamente o seu amigo e antigo companheiro de lutas de há mais de 40 anos.
Para Alegre isto foi pior que uma facada nas costas. Aqueles que até então lhe davam abraços e palmadinhas nas costas, viraram-lhe a cara, ameaçaram-no publicamente num dos mais abjectos actos de politiquice nojenta.
Nesse momento, Alegre parecia o Portugal de hoje, triste, só, abandonado por aqueles que julgava por amigos. Num jantar em Viseu, Alegre chegou a anunciar a sua capitulação, tal era o poço profundo de lisas paredes para onde os seus “amigos” o haviam atirado.
Mas essa capitulação nunca chegou! Contra tudo e contra todos, Alegre investiu, e foi à luta, sem meios, sem apoios, sem benesses, usando apenas a sua voz, qual David contra Golias Soares.
Sinceramente pouco me importa o resultado de amanhã. Alegre é o vencedor. Onde ontem existia uma penumbra onde se ocultava um poeta algo cinzento e ultrapassado, aparece hoje um líder político, muito mais respeitado que os seus pares e não tenho dúvidas que num futuro próximo iremos ouvir a sua voz, e garanto que não será a declamar poemas.
Acima, afirmei que a candidatura de Manuel Alegre, mais que ser um facto, era um “Exemplo”. É um exemplo, porque nos das que correm, Portugal está numa situação similar àquela em que Alegre esteve. Para Portugal sair deste marasmo, não tem outra alternativa que “ir-à-luta”. Pena é que destas eleições não saia “O eleito”, que leve Portugal ao combate. Resta-nos então contemplar as lisas paredes deste poço onde estamos ainda a cair.
Publicado também no “Nova Floresta”
Imprensa (21/01/2006)
- Dia de Reflexão
- Céu pouco nublado ou limpo no dia 22
- 12,4 decidem o seu voto na véspera e no próprio dia
- Emigrantes podem votar até amanhã
- Nova Jersey já ultrapassou em 50% as eleições de 2001
- Ainda Autárquicas: cálculos mal feitos alteram resultados em 14 freguesias
- Souto Moura passa a batata quente à PJ
- PS e PSD aguardam
- Sócrates pode desafiar Alegre
Lei Da Reflexão
A maior de todas elas é o dia de hoje. O célebre "Dia da Reflexão". O legislador presumiu organização e método no raciocínio do eleitor e marcou dia e hora para o pensamento. Esta idiotice tem desencadeado outras. A mais célebre de todas é a rábula de o Expresso sair ao sábado com data de sexta.
Nestas eleições, porém, acresce ainda outra idiotice. Os votos brancos não contam. Mas os nulos contam. Vejamos: se um cidadão quer votar, mas não o quer fazer em nenhum candidato, não pode votar em branco para contar na estatística das percentagens eleitorais. Mas se, num vaipe de vernáculo clandestino deasatar a insultar os candidatos, a fazer redações de calão ou umsimulacro de artes plásticas no rectângulozito, já conta.
A Teoria
Há uns anos atrás, circulava por este país a seguinte teoria, directamente saída das fileiras socialistas :
Uma das razões para a animosidade entre Mário Soares e Cavaco Silva, além da cimeira das rosas, foi o facto de, em 1986, Cavaco Silva não ter apresentado a sua demissão ao recém-eleito Presidente da República Mário Soares. Diziam os seus teóricos que, considerando que é o Presidente quem dá posse ao Primeiro-Ministro e que este está hierarquicamente no degrau inferior, Cavaco Silva deveria ter posto o seu lugar à disposição de Mário Soares. A demissão não seria obviamente aceite, mas ficaria registada a submissão do Primeiro-Ministro ao Presidente da República.
Ao não o fazer, Cavaco Silva como que estaria a dizer a Mário Soares que quem lhe tinha dado posse tinha sido o povo português e não ele, como de resto a Constituição estipula. E que isso tinha sido justo motivo para Mário Soares se sentir afrontado.
Passaram vinte anos, e agora o Primeiro-Ministro que vai assistir à chegada do novo Presidente é socialista.
Enfim, nada como um bom velho provérbio português : Há mais marés que marinheiros.
Elogios Fúnebres
O último tempo de antena de Manuel Alegre na televisão (e talvez na rádio, não sei) foi bastante simples mas também bastante bonito.
Perante um discorrer de imagens idílicas de Portugal, a voz de Alegre a declamar a Trova do Vento que Passa. Um grande poema e uma grande voz.
Apesar de não ter percebido o que é aquilo tinha a ver com a eleição presidencial, foi, repito, um momento televisivo bastante bonito.
Mário Soares
Eu pessoalmente não era capaz de aguentar o esforço físico destas últimas semanas. (E não estou a brincar.)
E apesar de não ser uma propriamente uma virtude, (pois caso contrário não se candidataria), há que reconhecer que para um homem de 81 anos é bastante desgastante. A prova foi a rábula do CDS/Partido Popular Europeu. Aquilo foi um momento de completo desgaste físico e mental.
Por isso, ainda bem que não vai ganhar. Só para ele recuperar do esforço, iríamos ficar sem Presidente durante três meses.
Jerónimo de Sousa
Apesar das ideias retrógradas, penso que é a confirmação da pessoa. Muito melhor que o “cassete” Carvalhas e o “nosso povo, nosso povo” Cunhal.
Digamos assim : Já tenho dúvidas se realmente os comunistas comem criancinhas ao pequeno-almoço.
Francisco Louçã
Um político que a cada eleição que passa consegue esconder que se chama também Anacleto… merece o nosso elogio.
Garcia Pereira
Parece que ganhou algum juízo. Sempre contra os porcos capitalistas, é certo, mas sem aquela agressividade que o caracterizava.
Enfim, talvez seja impressão minha. O melhor será esperar pela próxima eleição.
Dinamismo E Dinâmicas
sexta-feira, janeiro 20, 2006
Temos Vencedor
O vencedor é Jerónimo de Sousa...
Mais Coisa Menos Coisa ...
Anti-Cavaco : 17%
Candidato Oficial do PS : 15%
PCP : 7,5 %
Bloco de Esquerda : 7 %
Carrefour : 0,5 %
Biranta : 39 %
A Minha Sondagem
Cavaco: 48%
Alegre: 19%
Soares: 16%
Jerónimo: 8,5%
Louçã: 7,5%
Garcia: 0,5%
Estão abertas as apostas, meus senhores!
A Sofisticação Propagandística
Os Sapos Do Professor
Imprensa (20/01/2006)
- Sondagem DN/TSF: Cavaco 53% e Alegre passa os 20%
- Último dia de campanha é em Lisboa
- Muitos eleitores indecisos
- Incógnita domina período de reflexão
- Entrevista a Botelho Ribeiro
- Garcia Pereira diz que PS é culpado
- Garcia em Caxias
- Louçã faz novo apelo aos socialistas indecisos
- Louçã quer vencer pelas ideias
- Louçã não acredita na vitória de Cavaco
- Jerónimo exige políticas de esquerda
- Jerónimo na Autoeuropa
- Jerónimo: PS está a usar mal a maioria absoluta
- Alegre não dará margem a interesses ilegítimos
- Alegre em Lisboa
- Alegre pede união socialista para a 2ª volta
- Rui Zink com Alegre
- Cavaco diz que pode tornar sonhos em realidade
- Cavaco associa eleição a civismo
- Regresso ao cavaquistão
- Sócrates desculpa-se com a divisão
- Soares cantado ao desafio
Fim De Festa
Houve arruadas, debates, dramatização, comícios, jantares, sondagens, insultos mais ou menos velados, silêncios (muitos silêncios) e polémicas quanto baste, mas escassearam as ideias fundamentais para o país e para os portugueses ganharem a confiança perdida.
Aliás a maior parte dos discursos manteve-se na confortável zona da discussão do estilo de intervenção presidencial e do papel na crise que todos pretendem ajudar a resolver, de forma não claramente especificada.
Desenganem-se os portugueses sobre o papel do presidente na recuperação da confiança nacional, pois nenhum aceitará ser uma espécie de embaixador itinerante à procura de investimento estrangeiro por esse mundo fora, ainda que possam viajar com empresários e ministros.
Desenganem-se sobre a intervenção do presidente no papel do governo, seria o pior serviço a Portugal e aos portugueses um Presidente que bloqueasse o trabalho do governo. Os portugueses não iriam entender as razões objectivas de um confronto aberto entre Belém e São Bento e isso apenas iria consubstanciar a nossa depressão actual.
A campanha esgotou-se perante o pensamento exclusivamente económico do professor e a discussão sobre a impossibilidade de o colocar em prática a partir de Belém.
Ficaram para trás inúmeras questões sobre o exemplo que o Presidente deve ser para todos os portugueses e sobre todas as matérias que interessam à manutenção do estado de direito democrático, ao papel de Portugal no mundo, à defesa do património e cultura portuguesa. No fundo todas as questões ligadas à manutenção da identidade nacional que se encontra pelas ruas da amargura.
Independentemente do resultado do próximo domingo, posso garantir que continuarei a dormir descansado. A única coisa que pode manter-me angustiado é pensar por quanto mais tempo vamos permitir que estes políticos durmam descansados….
Aposta que sabes!
Alegre: 16.5%
Soares: 15.5%
Jerónimo: 8%
Louçã: 5.5%
Garcia: 0.5%
Para a BetandWin posta do Mau Tempo no Canil.
Contraditório
Tiago Alves
Da República Das Palavras À República dos Actos
A primeira coisa a fazer a partir da próxima segunda-feira é começar a lutar a sério pela IV República. Depois de meses de discursos e de torrentes de palavras sobre assuntos que a função não comporta, o Presidente da República a eleger no próximo domingo limitar-se-á, salvo circunstâncias de política patológica a falar, a preocupar-se e a viajar.
O Presidente que chega não poderá fazer mais do que o que fez o Presidente que parte. Nem quer que não seja assim. Cavaco Silva, como todos os outros, tem repetido incessantemente que não defende a mudança dos poderes que se propõe exercer. Louve-se-lhe a sinceridade.
A III República tem pavor a um Presidente com poder. Vive ainda submersa nos fantasmas das ditaduras. Quere-o simbolicamente manietado, palavrosamente inactivo e politicamente irrelevante. Excepto quando o próprio sistema se bloqueia e precisa de alguém que, conveniemntemente, lhe faça soltar a rolha para que tudo possa continuar a funcionar na mesma.
Esta República assombrada é uma República sitiada e inoperante. O Parlamentarismo crescente consome a confiança do povo nas instituições.
Acresce que, como bem observava Marina da Costa Lobo em oportuno mas despercebido artigo recente no Diário de Notícias, a União Europeia veio distorcer e governamentalizar ainda mais o sistema de Governo em Portugal. À medida que o modelo federal da União tem avançado, a tendência constitucional interna para diminuir os poderes das nossas instituições electivas e aumentar os poderes do Governo, tem aumentado.
Meio Portugal pelo menos está convencido que ter, pela primeira vez um Presidente civil que é do PSD e não do PS, consiste numa mudança política de fundo. A verdade é que, no fundo, é uma simples mudança, não política, mas pessoal. Não custa., aliás a crer que, salvo percalços de percurso anormais, Sócrates seja daqui a quatro anos o primeiro apoiante da recandidatura de Cavaco Silva, tal e qual como Cavaco Silva foi em 1991 o primeiro apoiante da recandidatura de Mário Soares.
O resto são pormenores. É minha convicção que Portugal precisa de mudar de sistema. E que para isso tem de perder complexos. Depois de amanhã apenas mudará a pessoa. De acordo com a mais estéril regra do rotativismo.
(publicado na edição de hoje do Semanário)
O Ilusionismo
À míngua do pensamento actual, temos de recorrer ao passado para desmontar a ideia de Graça Moura. As auto-estradas foram óptimas. Tanto que os socialistas que antes as criticavam as continuaram a fazer. As privatizações eram certamente necessárias e indispensáveis, mas foram tremendamente mal feitas. Durante anos pagámos a factura das nacionalizações. E hoje pagamos a factura de algumas dessas privatizações. As privatizações estão para o cavaquismo como a descolonização esteve para o gonçalvismo. Uma boa ideia arruinada pelo método.
No mais tudo o cavaquismo engordou. O clientelismo, a partidarite, a despesa pública, o défice do Estado, o peso do Estado na vida dos cidadãos, o depauperamento da soberania nacional (o poder de mandarmos na nossa vida colectiva), a ineficácia e a inoperância do sistema educativo.
O problema é que estes erros em Cavaco Silva são uma ideologia. Hoje o candidato presidencial concorda com tudo o que permitiu ao Primeiro-Ministro executar essa ideologia. A Constituição, o sistema de governo, os poderes presidenciais. No que quer mexer não pode. Onde pode, não quer. A sua vitória não será o fim da crise mas a consagração do seu clímax.
(publicado na edição de hoje do Democracia Liberal)
quinta-feira, janeiro 19, 2006
Imprensa (19/01/2006)
- Sondagem RTP/Antena1/Público: Cavaco 52%
- Sondagem DN/TSF: Cavaco 52,7%
- Garcia acredita que tudo se resolverá no Domingo
- Louçã no Algarve
- Louçã convicto de que haverá 2ª volta
- Jerónimo: governo ajuda Cavaco
- Jerónimo quer tirar votos ao Calimero e ao fanfarrão
- Alegre acusa Eurosondagem
- Alegre fala em nova revolução de Abril
- Alegre: é muito difícil fazer previsões
- Alegre polariza
- Cavaco alerta para atraso económico
- Cavaco confiante
- Soares desvaloriza sondagens
- Soares é bom demais
- Soares vê adversários nervosos