O Eleito

segunda-feira, outubro 31, 2005

O Que Eu Não Percebo

Eu não percebo porque é que muita gente, tanto nos jornais como por esta blogoesfera fora, se arma em carapau de corrida e tenta vender caro o seu apoio ao prof. Cavaco Silva. São vários os casos e manifestam-se por toda a comunidade de centro-direita e de direita, desde os mais obscuros blogs a alguns supra-sumos da nossa praça.
É óbvio que os cronistas a quem me refiro podem ter mil e uma razões para não gostar do prof. Cavaco. Costumam até ter uma linha mais lúcida de argumentação do que outros mas, mesmo assim, e tendo em conta o que se retira dos seus textos de opinião, não há volta a dar: o prof. Cavaco tem de ser o candidato deles. E não só, ao contrário do que fazem passar, por exclusão de partes.
É engraçado verificar que a blogoesfera e os jornalistas conotados com a esquerda se arregimentam em torno dos seus candidatos e se juntam, claro está, nas críticas ao candidato de centro direita. Pelo contrário, a franja destra tem vindo a mostrar toda o seu snobismo e a sua arrogância, confiando talvez que a vitória está no papo ou simplesmente tomando, porque é mais fácil, o partido daqueles que apenas sabem atacar quem está in the charge, não só de forma literal (como é o caso) mas em termos de credibilidade e de tendência de voto. Como parece ser moda apoiar o ex-primeiro ministro o pessoal do block tem de ser original e por isso aproveita de tudo para poder atacar o prof. Cavaco. Como título de exemplo, aquela história do bolo-rei. Eu era novinho à data, não me lembro do episódio. Mas pelo que me contam e pelo que vejo (refiro-me ao nome dos comentários), só posso deixar-me entristecer pela fraca qualidade dos argumentos e pelo uso fácil de outros meios.
Eu não embarco nessas coisas. Se alguém ainda não notou, eu faço questão de dizer: sim, eu apoio o professor! Não custa nada, não somos marginalizados e, se anexarmos a esta declaração uma pequena dose de argumentação sólida, tudo fica perfeito.
O País precisa de confiança e Cavaco Silva é uma figura que, não por quaisquer outras razões que não o trabalho realizado em dez anos de governação, continua a ser acarinhada e admirada pelos portugueses, de esquerda e de direita. Foi com Cavaco Silva que este País inflectiu e foi com ele que se deram os decisivos passos que possibilitaram a Portugal aproximar-se das boas práticas dos nossos vizinhos. Foi com o professor Cavaco que se liberalizou uma boa parte do mercado, que se construíram as infra estruturas indispensáveis a qualquer democracia desenvolvida.
Foi o professor Cavaco que fez de Portugal uma economia credível no exterior, conseguindo valorizar o escudo e controlar a inflacção; foi no seu mandato que se realizaram os maiores investimentos de sempre no nosso país; foi Cavaco que colocou a Juventude portuguesa em lugar de destaque, ouvindo a sua voz e tomando decisões positivas para os jovens; foi Cavaco que colocou Portugal no pelotão da frente da moeda única; foi Cavaco que criou, até aos últimos e desgastantes momentos de 94/95, uma imagem de dinâmica de Governo que até hoje mais ninguém conseguiu copiar. Por tudo isto, Cavaco será o próximo Presidente. As expectativas são elevadas mas não acredito que saiam goradas. Afinal, e como já disse, Cavaco "não vai pelas mordomias", vai "para trabalhar".
Tiago Alves

Imprensa (31/10/2005)

Junto O Meu Desmentido

"Todas as pessoas, pelo menos uma vez, já votaram em mim; e toda a gente já, por uma vez, votou contra mim." Mário Soares.
Eu nunca votei nem votaria em Soares. Não o sinto como representante da minha geração, não acho que a sua eleição contribua em nada para o esclarecimento da real situação do país nem para a sua melhoria.
Candidatos? Vejo poucos com a necessária qualidade. E como sou monárquico, por natureza já tenho meu voto quase definido.
(Publicado igualmente em Notas sobre Aveiro e Lisboa)

Acabar Com O Tabu

Parece-me particularmente actual este artigo de opinião que publiquei no Público em Novembro de 2003 eque por essa razão aqui recordo:

"O sistema de governo semipresidencialista consagrado na Constituição de 1976 tem sido um tema tabu no debate constitucional. Apesar de estar já aberto o 6º processo de revisão desde a entrada em vigor da Constituição, nunca este tema foi abertamente debatido e discutido e muito menos foi alguma vez objecto de propostas de alteração.

A verdade é que o debate constitucional em matéria de sistema de governo tem-se limitado a baralhar e dar de novo. Desde a extinção do Conselho da Revolução que não é mexido. E , todavia, não estamos em presença de matéria que conste do elenco de limites materiais de revisão do artigo 288º da Constituição.

Esta é a primeira nota a reter: o sistema de Governo não se encontra entre as matérias irrevisíveis da Constituição. Os constituintes têm toda a liberdade para o alterarem se assim o entenderem.

A segunda nota a reter é a de que vale a pena discutir o assunto. O sistema político português há muito deixou de satisfazer os anseios da comunidade nacional. O país escolhe directamente quem não tem poder e não escolhe quem o tem efectivamente. Reivindica perante quem não elege e assiste impotente à inacção de quem escolhe e que no actual figurino constitucional nada pode fazer.

Até se poderá chegar à conclusão de que tudo deve ficar na mesma. Mas discuta-se o assunto.

Posto isto, coloca-se a seguinte questão: o nosso sistema de governo tem provado bem? Façamos algumas reflexões para responder a esta pergunta.

Estará hoje o país satisfeito com o sistema de governo que vigora? Contribui esse sistema de forma eficaz para mobilizar o país ou, pelo contrário, tem contribuído para afastar os eleitores da política e da participação eleitoral?

Os portugueses elegem directamente os deputados à Assembleia da República e o Presidente da República. Não elegem o Governo.

O Parlamento, tirando o poder orçamental, debate política e legisla as mais das vezes sob impulso da maioria. A sensação que o país tem é que ali não existe poder real, pelo menos o poder mínimo exigível a quem é directamente eleito pelos cidadãos de quatro em quatro anos.

Os mecanismos de fiscalização do Governo e da Administração estão desvalorizados. O acto legislativo vive do impulso governamental. O escrutínio do poder político anda ao sabor das conveniências maioritárias.

Já o Presidente da República tem essencialmente dois poderes: o de dissolver o Parlamento e o de demitir o Governo. De resto, conta pouco. Veta umas leis de vez em quando, representa-nos externamente e faz uns discursos. Na expressão consagrada pela prática, exerce uma magistratura de influência, que não de poder.

E, não obstante, é eleito directamente pelos cidadãos de cinco em cinco anos, em nome de um programa que não tem poder para aplicar, em nome de um projecto que não lhe compete aplicar, em nome de uma ideia de país que não tem meios nem competências para conseguir.

É que de facto, o que resta do poder nacional, aquilo que Bruxelas e a burocracia comunitária ainda não nos tirou, está sediado no Governo. Governo esse que é precisamente o único destes três orgãos de soberania que os cidadãos não elegem.

Quem escolhe o primeiro-ministro? O partido que ganha as eleições quando elege em Congresso o seu líder. Quem escolhe o líder do partido que ganha o Congresso do Partido? Dezoito presidentes de distritais e dois chefes regionais.

Ou seja: dezoito mais dois cidadãos escolhem-nos o primeiro-ministro, precisamente o chefe do único orgão de soberania que não é directamente eleito pelo povo e que é justamente aquele que tem o poder de, no dia-a-dia, decidir a nossa vida.

Esta é a situação actual.

Bem sabemos que existe quem defenda que o sistema deve continuar assim porque tem provado bem. E que o “provar bem” resulta de não haver choques entre a s três instituições. Não nos parece que o critério seja esse. A paz institucional não é sinónimo de eficácia institucional. E esta mede-se pela capacidade de resolver os problemas da comunidade e pelo grau de satisfação do país com o seu trabalho.

Bem sabemos que existe uma inércia institucional que tende a não pôr em causa este sistema, do qual, aliás, depende um número significativo de famílias que nele trabalham e dele vivem. É humano que se encontre alguma incompreensão na abordagem deste tema por parte de quem vive dele.

Mas o país tem de ter a capacidade de questionar. Sobretudo num momento como aquele em que vivemos, em que a autoridade do Estado está caricaturalmente refém dos cadeados de uma associação de estudantes, em que o clima é o da desresponsabilização política pelo que acontece e pelo que não acontece e em que o país não encontra um rumo que o ajude a passar por esta depressão colectiva em que está mergulhado."

Desmentido

"Todas as pessoas, pelo menos uma vez, já votaram em mim; e toda a gente já, por uma vez, votou contra mim." Mário Soares. Eu nunca votei em Mário Soares. Apesar da simpatia pessoal que nutro per ele.

Pois...

Escreve Pacheco Pereira no Abrupto:

UM RETRATO DA NOSSA ELITE DO PODER
Somem-se os nomes das Comissões de Honra de Soares e Cavaco, e dá mais de mil nomes, que são um retrato de quem manda em Portugal. Do establishment. Do "quem é quem". Somem-se mais meia dúzia de nomes, mais os militares no activo, juízes e embaixadores, alguns jornalistas, mais a hierarquia da Igreja, e está toda a nossa elite. Quem manda.


Pobre país, o nosso!

Presidenciais Virtuais

Cavaco Silva E O Presidencialismo

Por Manuel Monteiro. Aqui.

Com Apoiantes Deste Calibre....

Sábado foi publicado no Expresso, um artigo de opinião assinado por Maria Helena Correa (sem i), membro da “Comissão de honra da candidatura de Mário Soares”, com o título de “Alegre, ou as voltas que um político dá...”. Todo o artigo de opinião é um chorrilho de inverdades e após o ler por completo, uma dúvida me ficou. Ou Maria Helena Correa (sem i) não lê jornais ou vê os telejornais há mais de 5 anos, ou dedilha neste artigo, a velha prática jacobina de reescrita da história.
O artigo está cheio de prosas deste estilo:
É ESPANTOSO que […] Manuel Alegre diga e desdiga […] as palavras que disse sobre se era ou não candidato à presidência […]
Recordo muito bem, tê-lo ouvido numa noite, lá para os lados de Viseu, dizer que sim, mas que não […]"
Acho ESPANTOSO que Maria Helena Correa (sem i) se recorde tão bem das hesitações de Alegre, mas que sofra de amnésia total perante o anúncio, com pompa e circunstância ainda não fez um ano, da passagem à reforma do agora candidato a presidente, de que é apoiante.
Pergunta ainda Maria Helena Correa (sem i).
Que leva Manuel Alegre a estar contra o seu amigo Mário Soares?
Não quero ser moralista, mas ser amigo é avisar antecipadamente este, que está interessado a candidatar-se ao mesmo lugar e não fazê-lo por interpostas pessoas ou pelos meios de comunicação social, fazendo de conta que o amigo nunca existiu.
A certa altura, porém, a escrita de Maria Helena Correa (sem i) fugiu-lhe para a verdade ao escrever que:
[…] o candidato escolhido pelo seu próprio partido, Mário Soares.[…]
A candidatura de Mário Soares não é, ao contrário do agora apregoado, uma iniciativa independente do Partido, pois tal como o mesmo disse na cerimónia de apresentação da candidatura, “Só avancei quando soube que o meu partido me apoiava”.
Apesar de todos os candidatos apregoarem que as suas candidaturas são 100 % independentes dos partidos, nesta corrida apenas Alegre o é. Mesmo Cavaco Silva, também o pode, em certa medida, afirmar a sua independência, mas no seu caso isso deve-se unicamente ao estado de orfandade em que deixou o PSD.
Maria Helena Correa (sem i), termina o seu texto com palavras verdadeiramente execráveis sobre Manuel Alegre:
[…] Lamentável esta queda do Poeta. Lamentável, e, afinal, previsível, ou não. Lamentável este fim de carreira, porque vaticino com esta forma de conduta um final com uma história sem história […]
Cara Maria Helena Correa (sem i), o poeta não vai cair, pois o Poeta só agora se levantou e com a sua decisão deixou o buraco de Vate oficial do regime e passou a ser um poeta de Portugal. A sua postura e a sua pose de cavaleiro, não a pose de D. Quixote, cavaleiro da triste figura, mas o paladino da decência, da honra e da amizade, que ao cortar as grilhetas que o amarravam ao anquiloso PS faz com que hoje em dia seja mais respeitado, à esquerda e à direita, que alguma vez o foi. Manuel Alegre passou a ser de todos, evitando desta maneira o triste destino de José Afonso, para sempre agrilhoado nas masmorras dos amanhãs que cantam.Espero que no próxima dia 9 de Janeiro, as ultimas palavras de Maria Helena Correa (sem i) se apliquem ao candidato que diz ser apoiante, Mário Soares, que com apoiantes deste calibre dispensa qualquer adversário.
Publicado também em "Nova Floresta"

Profissão: Político

Mário Soares deu mais um tiro no pé. Desta feita usou um canhão de 18 polegadas.
Em tom exaltado, Mário Soares disse que Cavaco era um político profissional por receber uma reforma respeitante aos dez anos que ocupou o lugar de Primeiro-Ministro.
Esta frase é reveladora do estado confrangedor do cérebro de Mário Soares, coloca aos outros os seus próprios defeitos.
É um facto que Cavaco Silva foi um politico profissional desde o Congresso da Figueira da Foz até à noite das eleições presidenciais de 1995. Daí para diante, Cavaco foi o que sempre foi. PROFESSOR UNIVERSITÁRIO, manteve a sua filiação no seu partido, e apenas interveio publicamente algumas vezes, menos que os dedos de uma mão.
As afirmações de Soares ainda são mais descabidas, pois se em Portugal existe um político profissional, esse político é Mário Soares. Originariamente um advogado de barra, Soares já não exerce esta profissão desde o longínquo ano de 1974.
Desde há 31 anos que Mário Soares vive única e exclusivamente da política. Tudo o que tem foi-lhe dado pela política, incluindo a sua fundação, paga com o dinheiro de todos nós.
Caro Dr. Soares, para seu bem “desampare a loja”, caso contrário, você que até hoje foi o “vencedor” da política Portuguesa, arrisca-se a ter como epitáfio “O Derrotado”, mercê do copiosa derrota que você e os seu apoiantes parecem dar o tudo por tudo para acontecer.
Publicado também em "Nova Floresta"

A Falsa Sombra Do Professor

Cavaco é um político profissional e a prova disso está na própria mensagem «Eu não sou um político profissional.»
Vamos por partes: a) Cavaco exerceu o cargo de ministro das finanças em 1980; b) em Junho de 1985 é eleito presidente do PSD; c) em Novembro do mesmo ano chega a primeiro-ministro, cargo que só abandonará em Outubro de 1995; d) não levou até ao fim o seu mandato porque preferiu arriscar a candidatura à Presidência da República, tendo perdido estrondosamente para Sampaio; e) conhecedor dos tiques do eleitorado português, Cavaco entrou em hibernação durante esta última década, rosnando aqui e acolá só para lembrar que ainda estava vivo, tendo esta hibernação sido financiada pela sua reforma de político e pelo seu trabalho académico e convém lembrar que aos ex-governantes nunca faltou emprego nas universidades públicas e/ou privadas, nas empresas públicas, na banca ou nas fundações; trata-se de uma espécie compensação tacitamente negociada e incluída no «caderno de encargos» de qualquer máquina partidária e Cavaco não é excepção alguma. Conclusão: Cavaco esteve sempre presente na política, ora no seu hard-core, ora nas suas metástases.
Mas o ex-primeiro-ministro não quer que o reconheçam na pele de político. Porquê? Porque projecta uma sombra de si próprio que não corresponde à realidade? Porque motivo se esforça por criar a imagem de uma austeridade e desinteresse pelas patifarias dos partidos, como que se situasse muito para além de tudo isso? Entregar o cartão de membro do partido ou repetir o mantra «Eu cá não sou político!» são momentos ritualizados de uma encenação de má qualidade. O desinteresse do professor é falso. Cavaco é um animal político, tal como Soares. O que fez Cavaco durante esta última década? Onde estava ele quando a sua intervenção poderia ter sido verdadeiramente decisiva? O homem que agora «não se resigna», resignou-se com a recente tragédia do PSD e com a vitória por KO do PS. O homem que «não se resigna» deixou que a sua criatura, Santana Lopes (sim, sua: foi o professor que o alimentou com os cargos de responsabilidade política que lhe atribuiu em 1986 e em 1991) transformasse o país numa anedota. Se é verdade que «não se resigna», então Cavaco deveria ter aparecido quando, então sim, poderia ter sido a tal personagem providencial: aquando do congresso do PSD que resolveu (mal) o imbróglio da fuga de Durão Barroso, impedindo que a tal «moeda fraca» ascendesse a primeiro-ministro. Isso sim! Isso é que teria sido um murro na mesa! Finalmente, o professor teria oportunidade de provar a sua competência quase sobrenatural, mas desta vez em tempos de vacas magras. No entanto, o homem das «ambições» ficou quieto a ver o circo a ser montado. É natural: afinal de contas ele próprio tem um historial de fuga do governo e, para além disso, estava muito entretido a preparar a sua candidatura à Presidência da República. Nada mau para político amador.

domingo, outubro 30, 2005

O Profissional

"Todas as pessoas, pelo menos uma vez, já votaram em mim; e toda a gente já, por uma vez, votou contra mim."
Mário Soares

Isto não quer dizer nada. Simplesmente é o que acontece quando se é político profissional há 30 anos.

Aliás, até podia ser um lema de campanha para os soaristas : "Não se resigne com um amador. Exija um profissional”

Imprensa (30/10/2005)

Não, Claro Que Não. Dez Anos De Primeiro-Ministro Não Foram Uma Profissão.

Mas, afinal, o que é o exercício de uma actividade profissional? É que se for, como eu penso, trabalho [em sentido amplo], exercido com uma certa habitualidade e mediante contrapartidas monetárias, Cavaco foi [é] um político profissional - assim como professor. Não importa qual das profissões exerceu por mais ou menos tempo: ambas estão tatuadas, agarradas, coladas, agrafadas ao seu curriculum. Até porque qualquer uma das actividades - professor e político - foi exercida por longos anos. Já estou mesmo a ver: se Cavaco ganhar a Presidência, vem-nos com a história de que é canalizador profissional.
Cavaco não foi um político profissional? Permite-me, David. Ceci n'est pas une parapluie.

O Que É Um Presidente De Esquerda ?

- Quando Mário Soares em 1987 decidiu convocar novas eleições, ignorando os pedidos do PS e que deram a primeira maioria a Cavaco Silva, estava a ser de esquerda ou estava a ser Mário Soares ?

- Quando Mário Soares no segundo mandato interferiu na vida partidária e assumiu-se como a verdadeira oposição ao governo, estava a ser de esquerda ou estava a ser Mário Soares ?

- Quando Mário Soares no primeiro mandato fez as suas Presidências Abertas, com o sentido meritório de aproximar a Presidência da República do povo, estava a ser de esquerda ou estava a ser Mário Soares ?

- Quando Mário Soares no segundo mandato fez as suas Presidências Abertas, com o sentido de prejudicar o governo, estava a ser de esquerda ou estava a ser Mário Soares ?

- Quando Mário Soares viajava que se fartava, porque aparentemente havia dinheiro para isso, estava a ser de esquerda ou estava a ser Mário Soares ?

- Quando Jorge Sampaio assistiu serenamente ao pântano guterrista, estava a ser de esquerda ou estava a ser Jorge Sampaio ?

- Quando Jorge Sampaio em Julho deu posse a Santana Lopes para em Novembro lha tirar, estava a ser de esquerda ou estava a ser Jorge Sampaio ?

sábado, outubro 29, 2005

Hipótese Meramente Académica, Mas Possível

E se todos os herdeiros da Coroa, numa monarquia, nascessem com graves perturbações mentais?

sexta-feira, outubro 28, 2005

«Ceci N'est Pas Une Orange»

«Eu não sou um político profissional.»
(Cavaco Silva)

Isto Somos Nós Aqui A Falar...

Se as sondagens continuarem assim...
Se o staff de Mário Soares continuar enervado com rumo dos eventos da pré-campanha...

Pergunto: veremos ainda Soares a desistir para Alegre?...

Reflexão Para O Fim De Semana

Escreve Luís Carvalho no Expresso on line:

"O facto é chocante e dá que pensar. Portugal tem mais 250 mil funcionários do que a Inglaterra apesar de ter cinco vezes menos habitantes. Cavaco Silva, já depois de ter sido primeiro-ministro, disse um dia, para escândalo geral, que a única forma de o Estado se ir livrando deste sorvedouro de impostos era esperar que os funcionários fossem morrendo. Despedi-los era sobrecarregar a Segurança Social, reformá-los era lançar mais pandemónio no já frágil sistema. Cavaco esqueceu-se de acrescentar que muitos dos milhares de funcionários que entraram para os quadros no governo do engenheiro Guterres tinham sido contratados a prazo no seu tempo de vacas gordas, isto é, quando o défice chegou a atingir 9 por cento."
À atenção dos socialistas , dos cavaquistas e dos cidadãos em geral, sobretudo dos que pensam que os milagres são eternos.

Pequeno Comentário

Disse há uns dias que iria comentar o este post, na parte que respeita à questão Monarquia vs República, do Tiago Alves. Cá estou para o fazer muito perfunctoriamente. Mas vamos por partes:
§1. «o Monarca ser tido como alguém longe do círculo político (e isto não é necessariamente verdade; afinal é um cidadão), o que permite pensar que colocará em primeiro lugar a Nação, não tendo necessidade de seguir caminhos populares ou fáceis que lhe podem custar o Poder, pois o Poder é hereditário; ninguém lho tira, em teoria»
Como dizes, e bem, afinal o monarca é um cidadão como qualquer outro - não se pense que é feito de PVC ou de macadame betuminoso. Por isso, muito dificilmente não terá as suas opções políticas (se as não tiver, será manifestamente inapto para ocupar o cargo de Chefe de Estado). Por outro lado, não vejo por que razão o Rei teria um mais forte sentido patriótico do que o Presidente. Em primeiro lugar, um Presidente apenas poderá exercer dois mandatos; em segundo lugar, o Rei também está exposto à possibilidade de seguir caminhos fáceis para conservar o poder - golpes palacianos e deposições nunca faltaram na História.
§2. «[o Rei] assume-se como um ponto de união da população, podendo servir de foco de estabilidade em crises políticas e não só. Podem, assim, contribuir para uma melhor imagem de identidade nacional, de respeito e orgulho no Passado. Tal imagem pode potenciar o empenho da população em resolver os problemas do País. Se o PM disser que "é preciso cortar a direito para salvar a nau" terá greves e agitações; mas se o Rei assim o indicar, decerto essas greves não terão lugar ou serão menos violentas»
Tiago, estaria aqui a noite inteira a escrever nomes de monarcas que apenas serviram a instabilidade, a desunião. É preciso ver que um Rei, como pessoa, agradaria a uns e a outros não. Necessariamente.

A Sondagem Do DN - Contraditório

Eu acho que é de uma demagogia (é a única palavra que me ocorre) extrema insistir em considerar o prof. Cavaco, assim como o PSD, de esquerda. E passo a explicar.

Aceito que o termo "social-democracia" seja considerado esquerdista em todo o lado menos em Portugal. O SPD, que se pode considerar o partido mais irmão do PSD nacional enquadra-se, provavelmente, numa área que devia ser defendida por um Partido Socialista. Ora cá co-existem, em teoria, dois partidos em representação da mesma área ideológica, certo? Não!

O Partido Socialista não defende o socialismo. Socialismo é planeamento central, é uma sociedade estatizada, é ausência de propriedade privada, é a redistribuição como um fim, é o fim do mercado, é, em última análise, o controlo do Indivíduo pelo Grupo (personificado pelo Estado, enquanto garante do que é melhor para o povo, qual Taylor paternalista). Isto é o epíteto da Esquerda. O PS não defende este caminho desde que, diz-se, Soares meteu o Socialismo na gaveta.

O Partido Social Democrata não defende, pelo menos a 100%, a Social-Democracia. Confrontado com as posições originais de Soares, Sá Carneiro fundou uma corrente ideológica única, fruto das contigências especiais de Portugal à época. Colocou-se à Direita do PS sem se colar à Direita da Quadratura (tal coisa seria impossível naqueles tempos, como se compreende). À medida que o PS se afastava dos PC's, o PSD colocava-se na sua posição de agora e Sá Carneiro, secundado pelos seus pares (onde se contava, já com alguma influência, Cavaco Silva), compreendeu que o caminho era o da Direita (enquanto garante da liberdade individual e da iniciativa privada) socialmente responsável (porque a vida dos portugueses continuava uma lástima, tal tinha sido a riqueza destruída pelo PREC).

Dos anos de Governo do prof. Cavaco Silva saúdam-se, sobretudo, o rigor (nas Finanças, no relacionamento com a sociedade); e a liberalização (da televisão, dos jornais, da banca). Tudo epítetos de Direita. Nem o PSD nem Cavaco são de esquerda. No máximo, o seu espaço pode-se confundir com o do PS, que de socialista (e quiçá, de esquerdista) não tem nada.

Tiago Alves

Imprensa (28/10/2005)

Mário Soares

A idade em Mário Soares tornou-o, afinal, mais distante do Mário Soares que participou duas vezes no Fórum Social Mundial e do que se bateu contra a guerra de Bush no Iraque. O candidato Soares 2006 revela-se mais próximo do Mário Soares primeiro-ministro ou do Mário Soares que, certo dia, resolveu pôr o socialismo na gaveta!

João Freire

Para mim esta é sem dúvida a grande decepção em Mário Soares: ao ouvi-lo (acho que na Antena 1) há 2, 3 anos, parecia que o homem comum em que se tornara Mário Soares tinha sido influenciado positivamente pelo Fórum Social Mundial e pelas suas ideias. A partir do momento em que se candidatou à presidência, tornou-se cinzento e igual ao que é hoje o PS. Devo ser eu que sou muito crédulo, e achava que o homem tinha mudado. Se calhar o homem é vítima de uma particular esquizofrenia política, transformando-se radicalmente Mário Soares, o homem comum (por quem nutro simpatia) em Super Mário, o animal político (por quem tenho aversão) .

Paulo Pereira (BSP)

A Nova Semântica Proto-Presidencial

As "medidas" agora chamam-se ambições.

Previsão À Mourinho (*)

Daqui a 15 anos, Cavaco Silva vai ser considerado o melhor Presidente da República depois do 25 de Abril.

(*) Previsão que é feita sem qualquer base científica, baseada apenas na fé do autor e cuja verificação na altura própria já ninguém se lembra.

«Ceci N'est Pas Une Pipe»

As eleições para a Presidência da República são sempre diferentes de qualquer outra eleição. Quando se escolhe um presidente o eleitor é convidado a suspender todas as regras da política ordinária, dado que, por um lado, os partidos dominam a quase totalidade do espaço político, por outro lado, o Presidente deve ser uma entidade mitológica supra-partidária. Logo, o nosso cálculo eleitoral faz-se por uma nesga aí entreaberta. É claro que a arte de fazer um presenciável é a de criar uma falsa nesga entre o personagem mediaticamente montado e as estruturas dos aparelhos. Ela não existe, mas é como se existisse. Não vale a pena denunciar as aparências, como a entrega do cartão partidário ou o uso de slogans como «O Presidente de todos os portugueses.» e não vale a pena porque são pequenas batotas que nós próprios permitimos aos jogadores, gostamos de ver esse jogo de bluff em crescendo. Alguém acredita que Cavaco entregou os seus próprios compromissos partidários em anexo ao cartão de militante? Ou que Soares deixará de ser socialista quando assumir o cargo? Ou que Alegre seja um verdadeiro independente? Ninguém. Mas deixamo-los entretidos. Afinal de contas o pudor só aparece com a maioridade cívica.

quinta-feira, outubro 27, 2005

Uma Discussão Fora De Tempo

Em relação a esta linha de discussão Monarquia/República, o último monárquico de serviço tem a dizer que as dificuldades e desafios que a nossa nação enfrenta e parece não conseguir suportar, não dependem da forma do regime. Os problemas que vivemos hoje resultam de apostas falhadas e más decisões tomadas desde há 20 anos, e de nos últimos anos se ter optado pela não-decisão (que é mil vezes pior que uma má decisão).
Esta situação dependeu, e depende, do poder executivo. O Presidente ou um Rei pura e simplesmente pouco ou nada poderiam fazer, como aliás aconteceu a Soares e Sampaio.
A solução para os nossos problemas reside apenas no nosso poder executivo e na sua capacidade de tomar as decisões correctas e isto acontecerá ou não, independentemente de o país ser uma república ou uma Monarquia.
Publicado no Nova Floresta

Aos Monárquicos De Serviço

§1. Fico contente - ou mais descansado... - pelo facto de o JMO e o Afonso Henriques pugnarem pela existência de um Estado laico.
§2. JMO escreveu, e Afonso Henriques concorda: «Entendo que apenas se devem retirar ícones religiosos de lugares públicos se assim for entendido como extremamente ofensivo/negativo por quem lá trabalhar». Então quem trabalha nos locais públicos é que tem o direito de escolher os símbolos religiosos que há-de pendurar na parede pública? E o público, tem o quê a dizer? Penso que aqui a melhor política a ser praticada é a da neutralidade.
§3. Tanto JMO como Afonso Henriques defendem as virtudes de uma monarquia constitucional. E é aqui que vejo, por inferência lógica, que se ambos fossem republicanos seriam adeptos do semi-presidencialismo. Porque ao defenderem a investidura ao Rei (escrevo Rei com maiúscula como escreveria Presidente com maiúscula) dos poderes de chefia de Estado, chefia das Forças Armadas, primeira figura representante de Portugal em qualquer acto oficial quer em território nacional quer no estrangeiro, constituindo uma referência nacional suprapartidária, estão a defender para a figura do Rei exactamente os mesmos poderes que tem o Presidente no nosso sistema.
§4. Afonso Henriques afirma que «o regime republicano em Portugal nunca foi capaz de reconhecer em absoluto o direito à propriedade. O quadro legal do arrendamento, seja ele urbano ou rural, é um reflexo disso mesmo». Não corresponde à verdade, Afonso. O senhorio, ao arrendar o seu prédio a outrem, mediante retribuição, continua tão proprietário quanto era antes. Todavia, do outro lado da história está uma pessoa - o arrendatário -, que não pode ser tratada como um objecto. O arrendatário tem de ser salvaguardado em certos pontos, nomeadamente na cessação do contrato - pense-se na injustiça social que seria o senhorio comunicar à família sua inquilina «Quero-vos amanhã fora daí». É que se o arrendatário quer tirar partido (e não abdicar) do seu bem, precisa de deixar acautelada aquela que é, geralmente, a parte mais fraca: o arrendatário. Uma questão de justiça social. Bom, mas isto já são assuntos um pouco à margem dos temas em discussão n'O Eleito.

A Sondagem Do DN

Candidatos das esquerdas obtêm 82,5 %.

Responde Outro Dos Monárquicos De Serviço

Em resposta ao repto lançado pelo Pedro Santos Cardoso: a possibilidade de a monarquia alguma vez voltar a ser o regime em vigor em Portugal, não significa que não o possa ser num Estado laico. Muito antes pelo contrário. No entanto, não se deve confundir Estado laico com Estado persecutório, que foi o que caracterizou o arranque do Estado republicano em Portugal, e que, pelos vistos, ainda se mantém hoje em dia graças a alguma empenhada militância republicana fundamentalista.
Neste ponto, inteiramente de acordo com JMO.
No que diz respeito à amplitude dos poderes do Rei, estes obedeceriam a um quadro legal, formulado dentro dos princípios de uma monarquia constitucional: chefia do Estado e das forças armadas, primeira figura representante de Portugal em qualquer acto oficial quer em território nacional quer no estrangeiro, constituindo uma referência nacional suprapartidária.
Neste aspecto, também de acordo com JMO.
As duas questões levantadas por Pedro Santos Cardoso, ao inquirirem da laicidade do Estado e da limitação dos poderes do Rei, são muito bem escolhidas e reflectem claramente a essência de grande parte do argumentário republicano na sua génese. Falta uma: a questão da pertinência ou não do direito à propriedade. O regime republicano em Portugal nunca foi capaz de reconhecer em absoluto o direito à propriedade. O quadro legal do arrendamento, seja ele urbano ou rural, é um reflexo disso mesmo. Mas isso fica para outro dia.

Deriva Totalitária

Sempre que me dizem : “Eu quero lá saber da política para alguma coisa. Eles é que a levam”, fico sempre a pensar se a solução deste país não passaria por se limitar o direito de voto a uns quantos milhões.

Imprensa (27/10/2005)

quarta-feira, outubro 26, 2005

Explicações

Tenho o conceito de que um blogue é uma expressão de liberdade e, nessa exacta medida, deve escrever-se quando apetece. Mas também sei o que é um compromisso. E a minha aceitação do amável convite para aqui opinar sobre as próximas eleições presidenciais na excelente iniciativa que é O Eleito significou um compromisso. Aqui estou, pois, justificando a minha ausência dos últimos dias: aulas, aulas, trabalho, trabalho.

Também por isso não tenho acompanhado em pormenor as vicissitudes da pré-campanha. Mas há um desabafo que não posso deixar de fazer: custa ver Mário Soares cometer falhas como as que cometeu ontem, segundo os relatos dos jornais. A fotografia de capa do Público, com o candidato de olhos fechados, indiciando cansaço e pouco vigor, é verdadeiramente agressiva. Eu sempre achei que esta candidatura é um erro. A esta hora, o staff de Soares deve estar literalmente em pânico com os duelos que serão inevitáveis na televisão.

Pergunta Do Dia

O poder legislativo cumpriu as suas funções, ou seja, legislar de acordo com a sua consciência e da maioria que o elegeu, atenuando desigualdades incompreensíveis. O poder judicial respondeu com uma greve. Quando o poder judicial cumprir as suas funções, ou seja, quando fizer cumprir as leis de forma igual para todos, será que iremos vêr deputados em greve?

Os Trabalhos Do Ouvidor

Se bem percebi ontem, caso fosse eleito e na eventualidade de outra greve dos tribunais, o Dr.Mário Soares iria ajudar a explicar aos juízes a bondade das medidas do governo, de modo a que eles percebessem "os sacrifícios exigidos para enfrentar e vencer a crise".

Curiosidade

Não deveria o mais alto órgão de soberania da nação pronunciar-se sobre a greve de outro órgão de soberania?

Nasceu...

Que teve o bom gosto de não se chamar não-oficial.

Responde Um Dos Monárquicos De Serviço...

Dado que o Eleito estava à mão, respondo desde já ao desafio do Pedro.

Acho, em primeiro lugar, que a primeira pergunta se coloca a todo o tipo de regimes e não somente ao regime monárquico em que somente na mente dos que idealizam todos os regimes pela bitola do inglês, é que pensam que o chefe de regime é ao mesmo tempo o chefe da igreja. Nem nos países árabes de características monárquicas isso se passa.

Daí, a resposta passa pela fé e pelas características das pessoas e não pela definição absoluta. No entanto, posso-me atravessar que, por mim, seria um regime monárquico laico. Mas não porque tenha algo contra a Ingreja Católica. Aliás, sou totalmente contra os laivos de republicanismo e de laicismo serôdio que esquecem do facto que a esmagadora maioria da população portuguesa é católica.

Um exemplo? Entendo que apenas se devem retirar ícones religiosos de lugares públicos se assim for entendido como extremamente ofensivo/negativo por quem lá trabalhar...

Quanto aos poderes, falta-me alguns documentos, aos quais não tenho acesso neste momento por estar fora, mas claramente são só de uma monarquia constitucional, semelhantes aos poderes actuais: chefia de estado, soberania, chefia das forças armadas e talvez mais reforço do papel externo do chefe de estado.
Mas da discussão faz-se luz...
Para além disso, refiro, em relação à questão de Espanha referida anteriormente uma grande questão: se Juan Carlos não fosse rei, era muito provável que a Espanha tivesse muito mais atrasada, por uma simples razão, que é a do rei ser neste momento garante da soberania e da integridade do território, claramente à frente da estrutura de Governo. Se assim não o fosse, as lutas autonómicas teriam levado a outra dimensão de problema...

Dois Pontos

Duas questões para os monárquicos de serviço n'O Eleito:
1. A vossa proposta é a de um Estado monárquico laico?
2. Qual a amplitude concreta dos poderes do Rei na vossa concepção de regime monárquico?

Imprensa (26/10/2005)

Por Falar Em Bifana

Para quando uma jantarada?

Sai Uma Bifana Quentinha À Karloos

Reposta a este post do Karloos:
Resposta: O bar deve ser colocado exactamente à direita do bar que já existe. Ficará assim mais próximo dos clientes que estão na direita da praia, dos que estão no centro e ainda estará em condições de competir por aqueles que estão na parte esquerda.»
Resposta errada. Resposta certa: uma das hipóteses é a do bar ser colocado à direita que ainda é esquerda, como outra dela é a de ser colocado à direita que já é direita. Se for à direita que já é direita, encontrará alguns clientes do centro, mas poucos à esquerda do centro. Se for à direita que ainda é esquerda, terá poucos clientes para além da linha do centro, mas muitos do centro para a esquerda.
2. Sim, não que sei idade tem, mas votaria em Manuel Alegre daqui a 5 anos.
3. Sobre este post do Tiago Alves, eu ainda direi o que penso.
4. «A grande virtude da existência desses monarcas é que graças a eles esses países não têm um Presidente da República.»
Não é a direita que critica insistentemente o [alegado] facto de os candidatos de esquerda "concorrerem todos contra Cavaco Silva"? Não será o vosso argumento idêntico? Será o vosso argumento «Bom, temos um Rei, mas pelo menos não temos um Presidente!»
5. «(imaginam a força política que tem a Raínha de Inglaterra no Canadá)»
Kim Jong II, Fidel Castro e Mugabe também têm força política nos respectivos países. Mas essa não é a questão. A questão é: que benefícios traz essa força política, que superem as desvantagens de ter alguém que ascendeu a Chefe de Estado não por mérito próprio, antes porque era filho de alguém?
6. Prefiro assim, sem dúvida!
7. Quando o David e eu iniciámos o blog, elaborámos aquele grupo de normas mínimas a seguir pelos bloggers. É claro que aquilo são normas imperfeitas, porquanto não têm sanção. A única sanção é, como na democracia, a responsabilidade política - que não é nenhuma: de entre vários caminhos, escolhe-se uma opção.
8. Quais partes dos estatutos são restritivas?

terça-feira, outubro 25, 2005

Sai Um Post À Pedro Santos Cardoso

1- Resolução do exercício do post anterior:
Numa praia onde os banhistas se distribuem de forma igual por toda a praia, existe já um bar na extremidade esquerda da praia. Um investidor quer implantar um novo bar, em que local da praia o deve colocar para atraír o maior número de clientes?
Resposta: O bar deve ser colocado exactamente à direita do bar que já existe. Ficará assim mais próximo dos clientes que estão na direita da praia, dos que estão no centro e ainda estará em condições de competir por aqueles que estão na parte esquerda.

2- Criticar Soares pela idade é uma idiotice. Cavaco tem 67 anos hoje e irei votar nele, quando se recandidatar com 72 também. Se depois se voltar a candidatar com 87 e recandidatar com 92 também contará com o meu voto.

3- Apenas o Tiago Alves pareceu entender a minha deriva monárquica. Estava em fase de elaboração um post em quase tudo semelhante ao que ele escreveu aqui.

4-Naquela lista que apresentei o que importa não é o facto de os países serem, na sua grande parte, monarquias. O papel que os monarcas ingleses, noruegueses, suecos ou suazilandeses tiveram no desenvolvimento dos seus países nos últimos anos foi essencialmente o mesmo que El Rei D.Duarte teve em Portugal. A grande virtude da existência desses monarcas é que graças a eles esses países não têm um presidente da República. É essa a grande ajuda que dão ao país, que quanto a mim é bem merecedora de todas as benesses que lhes são atribuidas.

5- O que importa realmente na lista que apresentei é o facto de, na maior parte daqueles países não haver uma força de bloqueio à acção governativa por parte do alto representante do estado (imaginam a força política que tem a Raínha de Inglaterra no Canadá). Aliás, se decomposessemos na lista os EUA em 52 países diferentes de regimes presidencialistas iríamos concluir que entre os 50 países mais desenvolvides apenas 2 ou 3 teriam este conflito de interesses no seu sistema político. Se querem uma figura que represente o estado lá fora pois que venha a monarquia, que esses, pelo menos, são formados desde que nascem para o fazerem. Se a monarquia assustar, dêem poderes ao ministro dos negócios estrangeiros. Importante mesmo é acabar com regimes com duas cabeças em que uma tem uma poder de cortar a outra. Mas de tudo isto o Tiago já falou e ele escreve bem melhor do que eu.

6- Gostaria que me tratassem sempre na 2ª pessoa e prometo que devolverei a cortesia.

7- Algumas partes dos estatutos são demasiado restrictivas. Não há forma de darmos umas luvas ao fiscal para passarmos por cima delas?

8- Por falar em estatutos, não se poderá pôr o ponto 7 deste post nos estatutos?

Conversa Em Dia

Ausentei-me desde o nosso Porto D’Honra, mas cá estou de volta. Actualizando-me e lendo os últimos posts, deixo os seguintes comentários:
1. «Depois das eleições e do necessário estado de graça a que terá direito, voltará a desgraça dos apelos ao Presidente vindos de todos os grupos que serão satisfeitos com os proverbiais silêncios presidenciais ou, quando muito, com o majestático silêncio do Palácio. À direita de Cavaco, entretanto, perde-se uma oportunidade histórica de protagonizar um projecto de mudança do sistema, que todos, certamente, em simpósios, conferências e debates depois das presidenciais continuarão com preguiça e eloquência a considerar esgotado.»
Jorge Ferreira, n’O Eleito e n’O Semanário
Caro Jorge, é natural que os apelos ao Presidente vindos de todos os grupos sejam satisfeitos com proverbiais silêncios presidenciais: tais apelos deveriam ser dirigidos ao Governo, que detém o poder executivo, e não ao Presidente da República, que detém um poder moderador. Uma pura questão de competência. Se eu for assaltado não me vou queixar aos correios...
Mudança do sistema? Rumo a que sistema? Presidencialista? No âmbito das eleições presidenciais? Como sabe, tal mudança é da competência da Assembleia da República...
2. «E aqui está o verdadeiro problema, pois em Portugal só se advogam mudanças através da força de uma revolução ou golpe de Estado. O que Cavaco pode fazer é ser o impulsionador de um ataque à Constituição que a abra à Sociedade e que lhe permita participar activamente e dizer qual é, afinal, o seu desejo.»
Tiago Alves, n’O Eleito
Caso Cavaco queira impulsionar um ataque à Constituição, poderá fazê-lo de múltiplas formas: enquanto cidadão, debatendo ideias – ao exemplo d’O Eleito –, enquanto deputado, contribuindo para as colocar em prática, et caetera. Mas nunca enquanto candidato a Presidente da República – isto porque, caso vença as eleições, deverá prestar a seguinte declaração de compromisso no acto de posse: «Juro por minha honra desempenhar fielmente as funções em que fico investido e defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa».
3. Karloos e JMO, se o vosso Presidente avançasse como candidato à Presidência da República estariam num dilema: ou deixariam de ser monárquicos porque o vosso Rei poderia vir a tornar-se Presidente, ou deixariam de votar no Sr. Duarte, porque apenas queriam vê-lo Rei e não Presidente.
4. Subscrevo, no essencial, o post de José Raposo. E o post da Isabela está excelente!
5. «[...] os candidatos eleitos são-no invariavelmente pela segunda vez, cumprindo segundo mandato. Provavelmente sê-lo-iam de novo se existisse a possibilidade de um terceiro mandato, e por aí fora. E isto porque, na sua essência, os portugueses são profundamente monárquicos.»
Afonso Henriques, n’O Eleito
Não penso da mesma forma, caro Afonso. Os presidentes são eleitos uma segunda vez porque apenas detêm um poder moderador – que não agride interesses, expectativas, ou esperanças de ninguém. Caso o Presidente controlasse o executivo, essa segunda eleição deixaria de ser invariável.
6. Claro, Karloos. Mudemos para o sistema monárquico e os nossos problemas estarão resolvidos. E, já agora, esqueceu-se de referir a Suazilândia na sua lista.
7. «Questionar o regime tornou-se impensável. Mesmo com o exemplo flagrante de Espanha, que em 1975 estava em muito piores condições económicas e sociais do que Portugal e que, em trinta anos, recuperou de um atraso carregado de atavismos com uma determinação e fé tais que isso tem indiscutivelmente que nos obrigar a pensar. É que, quer se queira quer não, uma grande diferença separa de facto as duas democracias ibéricas. E essa diferença, é o regime.»
Afonso Henriques, n’ O Eleito
Caro Afonso Henriques, espero que não pense que o progresso relativo de Espanha se deveu ao facto de esta ser uma monarquia constitucional: é que os poderes de Juan Carlos não são muito diferentes dos de Sampaio...
8. Para todos os meus colegas d’O Eleito (e não querendo ser chato...): Art.º 13 dos nossos Estatutos: «As letras iniciais dos títulos dos posts serão maiusculadas e o texto será justificado».

Sistemas Desenvolvidos

A propósito do padrão descoberto pelo Karloos, a única forma que eu encontro de ligação reside no facto de o Monarca ser tido como alguém longe do círculo político (e isto não é necessariamente verdade; afinal é um cidadão), o que permite pensar que colocará em primeiro lugar a Nação, não tendo necessidade de seguir caminhos populares ou fáceis que lhe podem custar o Poder, pois o Poder é hereditário; ninguém lho tira, em teoria.
Além disso, assume-se como um ponto de união da população, podendo servir de foco de estabilidade em crises políticas e não só. Podem, assim, contribuir para uma melhor imagem de identidade nacional, de respeito e orgulho no Passado. Tal imagem pode potenciar o empenho da população em resolver os problemas do País. Se o PM disser que "é preciso cortar a direito para salvar a nau" terá greves e agitações; mas se o Rei assim o indicar, decerto essas greves não terão lugar ou serão menos violentas.
Não se deve porém induzir que todos os Monarcas assentam nesta luva, e talvez só em países ocidentais (os do ranking...) onde os Reis são controlados por uma severa Constituição eles possam ser, realmente, uma mais valia.
Quanto ao sistema presidencialista, não tenho nada contra. A separação de poderes, tão propalada, assenta em três vectores: Executivo, Legislativo e Judicial. Não sei, realmente, porque é que o Executivo há-de estar ao cargo de duas figuras com um potencial de antagonismo (ideológico, pelo menos) enorme, como aconteceu em 1986-95. Mesmo assim, e porque também não percebo para que servirá um PM na França, proponho um sistema parecido com o alemão, onde "é lei" governar com Maioria Absoluta. Esta história da representação proporcional é muita conversa e pouca acção. E precisa-se de acção.
Tiago Alves

Critérios Noticiosos

Perdoem-me o post num estilo bem mais pessoal, mas nesta altura são 19:49... eu estou no meu trabalho onde geralmente me mantenho informado do que passa à minha volta pela Internet... Certamente que já deverá ter acabado a apresentação do manifesto eleitoral de Mário Soares mas pela internet... nada... absolutamente nada…
É provável que até se fale alguma coisa agora às 20h nos noticiários mas eu que recebo alertas (supostamente noticiosos) por e-mail dos golos marcados pelo Benfica ao Estrela ou outros de duvidosa utilidade, continuo na mais completa ignorância sobre o que poderá constar do Manifesto de Soares.
Este post não tem como objectivo defender e/ou promover Soares. Apenas dizer que independentemente do candidato que eu possa querer escolher para o país, todos me merecem o mesmo respeito e devem merecer o mesmo destaque da comunicação social.
Não gosto de embandeirar em arco contra os jornalistas (à moda do Avelino) mas comparemos com o manifesto que será divulgado a 27 e tiremos as nossas conclusões.

Velhos Hábitos

Quase sempre que se põe em causa a república, ou seja, o regime político em vigor em Portugal desde 1910, que se eleva um coro surdo de protestos a meia voz, nada de grande gritaria, como se o simples facto de questionar o regime conduzisse a inéditos esforços intelectuais conducentes a rebuscadíssimos argumentos e contra pontos, cansativos portanto, para os quais as mentes indígenas além de não se encontrarem devidamente treinadas e preparadas, não têm a menor atracção ou vocação; os portugueses habituaram-se a ser republicanos. Ponto. São como os velhos hábitos: temo-los sem saber muito bem porquê mas achamos difícil largá-los.
Isso de questionar o regime é "voltar para trás", a monarquia é "coisa do passado", temos é que andar para a frente e o resto é conversa. Mesmo que o andar para a frente tenha conduzido Portugal a um quase beco sem saída, há que manter inquestionável a natureza do regime.
No entanto, se isto tresanda a antolhos, cuidai-vos que vos tomam por bestas.
Questionar o regime tornou-se impensável. Mesmo com o exemplo flagrante de Espanha, que em 1975 estava em muito piores condições económicas e sociais do que Portugal e que, em trinta anos, recuperou de um atraso carregado de atavismos com uma determinação e fé tais que isso tem indiscutivelmente que nos obrigar a pensar. É que, quer se queira quer não, uma grande diferença separa de facto as duas democracias ibéricas. E essa diferença, é o regime.
A abordagem dos mesmos problemas, sejam eles o combate aos incêndios, a divulgação cultural ou/e a projecção internacional como partes integrantes de uma estratégia concertada de desenvolvimento económico, tem sido feita de modo completamente diferente nos dois países.
E, para cúmulo, há por aí muito republicano bem instalado no poder e descaradamente partidário da passagem para Espanha de importantes, senão vitais, centros de decisão fundamentais para o desenvolvimento do nosso país. Para não falar dos desesperados que sonham com a anexação pura e simples, renunciando em definitivo à independência e soberania nacionais.

Velho Problema De Economia

Numa praia onde os banhistas se distribuem de forma igual por toda a praia, existe já um bar na extremidade esquerda da praia. Um investidor quer implantar um novo bar, em que local da praia o deve colocar para atraír o maior número de clientes?

Imprensa (25/10/2005)

A Ditadura Não Tem Regime

Caro Afonso Henriques, também me parece um pouco forçado deduzir que por os portugueses geralmente darem um segundo mandato aos homens que elegem para presidentes, são por isso profundamente monárquicos.

É natural um legítimo interesse das populações em determinado tipo de estabilidade contrário às constantes rupturas com o passado como por exemplo tem acontecido em relação aos governos. E se há lugar em que faça sentido essa estabilidade ela é na Presidência da República.

Recordo-o que apenas passaram 31 do pronunciamento militar (como lhe chama, eu prefiro dar-lhe outros nomes) de 25 de Abril de 1974 e julgo que é precipitado tirar conclusões sobre o "modus operandi" dos portugueses em termos da eleição do Presidente da República.

"Os tais famosos 48 anos de ditadura foram-no em República.", mas certamente compreenderá que podiam perfeitamente ter sido em monarquia, ou noutro regime qualquer porque isso era indiferente para a essência da nossa atípica ditadura, até porque ela era dirigida de São Bento e não de Belém. Nesse aspecto o caso da ditadura espanhola de Franco é igualmente atípico, e a monarquia espanhola era igualmente indiferente para a ditadura porque esta era dirigida da "Moncloa" e não por nenhum monarca a quem Franco tinha até alguma aversão.

Sidonismo

Egas Moniz após a morte de Sidónio Pais refere: "Homem cheio de virtudes e extraordinárias qualidades que um desvairo messiânico perdeu".

Frankenstein

Já toda a gente constatou mais ou menos indignada que os apoiantes de Mário Soares estão mais preocupados em diminuir Cavaco Silva do que em outra coisa.

Não percebo a admiração. Se a própria candidatura teve como ponto de partida impedir “o passeio pela avenida“ de Cavaco Silva, estavam à espera que eles falassem de quê ?

O Poder

Com a sua licença, D.Afonso Henriques, vou-me permitir discordar de si.

Se por um lado, estou completamente de acordo consigo quanto presume que tanto no caso de Mário Soares, como no de Jorge Sampaio, (já tenho algumas dúvidas em relação a Ramalho Eanes), se a constituição permitisse, certamente seriam candidatos a mais do que um mandato, e muito provavelmente seriam eleitos, já não concordo com as causas.

Até porque parece-me a mim que o seu argumento encerra uma contradição. Se os portugueses estivessem dispostos a eleger ad aeternum qualquer um dos presidentes eleitos até à data, isso quereria dizer que não estavam a jurar lealdade a qualquer um deles mas sim ao Poder que eles representam.

E o Poder em Portugal fascina e atemoriza. Somos de uma subserviência confrangedora perante o Poder. Seja representado na figura de um Rei, Presidente, Primeiro-Ministro, Juiz, e se formos para qualquer vila do país, até os médicos, porque poucos, logo com poder, são venerados. - “Vai ali o Sr.Doutor”.

A prova está nas primeiras candidaturas de Mário Soares e Jorge Sampaio. Como os soaristas não se cansam de lembrar, Mário Soares começou com 8%. A sua popularidade era mínima, mas passados três meses de ser eleito já era adorado. Porquê ? Porque era o Poder. Claro que a forma monárquica como presidiu à nação ajudou, mas o mesmo se passou com Jorge Sampaio. Eleito por contrapartida a Cavaco Silva, até à crise do Verão de 2004 era a figura mais respeitada em Portugal. Porquê ? Porque era o Poder.

E Cavaco Silva. Passados dez anos da sua travessia do deserto, voltou com níveis de popularidade (que me agradam), mas que são absurdos. E absurdos porque não tem outra explicação, a meu ver claro, que não seja a visão do Poder. E não me estou a esquecer do Poder do Primeiro-Ministro que é muitas vezes contestado. Mas o que é contestado é o exercício do poder, não o seu detentor.

Porque somos assim… não sei. Talvez seja da “não-inscrição” do professor José Gil. Talvez seja a velha história dos brandos costumes. Não sei.

De qualquer das maneiras, eu não tenho dúvidas que de uma forma geral, se amanhã fosse promovido um referendo e a monarquia triunfasse, que a adaptação dos portugueses ao novo regime seria mais rápida e menos custosa do que as alterações do Scolari na selecção. Sejamos realistas. A maioria dos portugueses nem perdeu dez minutos a pensar nisto nos últimos trinta anos. Manda quem pode ? Obedece quem deve.

O "Ódio" A Cavaco

- Maria Baldinho -
Este pequeno trabalho de contagem, feito pela minha amiga de infância Miúcha e colocado online por Pacheco Pereira, reflecte uma situação comum a todos os candidatos da esquerda, a qual, na minha óptica os vai penalizar fortemente.
Até agora, facto já notado em muitos blogues, apenas Cavaco se candidatou a Presidente, todos os outros (Soares, Alegre, Jerónimo e Louçã) se apresentaram apenas contra Cavaco!
Não deixa de ser interessante, o facto de todos terem apresentado as suas candidaturas antes mesmo do objectivo máximo da sua luta ter ido a jogo.
Quem, como eu, já passou por muitos actos eleitorais de toda a espécie, sabe que esta é uma estratégia perdedora. Não é à toa que um político gosta que se fale dele, bem ou mal é indiferente, o que é preciso é que se fale dele.
Os candidatos da esquerda apenas falam de Cavaco, tal como o blogue de apoio a Mário Soares. Eles falam tanto do homem que se esquecem de falar de si mesmos. Esquecem-se também que o povo Português não é burro, e mesmo que não mostre interesse naquilo que um candidato tem para dizer, detesta todo e qualquer candidato que realize a campanha pela negativa, penalizando-o fortemente nas urnas.
Mário Soares já caiu nesta esparrela uma vez contra Sá Carneiro. Ao que tudo indica parece que vai cair novamente.
De Alegre posso dizer o mesmo, pois foi um dos mais activos papagaios de Soares no caso dos 33 000 contos e no “affair” Snu Abecassis.
Do PCP nem se fala, mas bem vistas as coisas, desde 1975 que os objectivos políticos deste Partido se cifram em convencer aqueles que já estão convencidos, e mesmo assim com muito pouco sucesso.
Louça, é o mais novo de todos e apesar de ser um bom investigador no ramo da economia, parece que não dedicou muito tempo a estudar as campanhas passadas dos seus adversários, pois copia-lhes o estilo e os mesmos erros.
Mas este ódio Anti-Cavaco é apenas aparente, pois na realidade apenas Soares corre contra Cavaco. Os restantes limitam-se a aproveitar o palco das presidenciais para as suas querelas particulares, pessoais e políticas.
Alegre sente-se despeitado (e com razão) e o anúncio de sua candidatura não é mais que uma bofetada de luva branca a convidar Soares para um duelo em 9 de Janeiro.
Louçã e Jerónimo são Dupond e Dupont destas eleições, apenas tentam saber qual deles é que vale mais.
NOTA: Perto das seis da tarde um dos responsáveis pelo “Super-Mário”, Ivan Nunes acusa o toque da Miúcha e coloca, pela primeira vez no blogue, uma foto de Soares. É caso para se dizer “Pior a emenda que o Soneto”.

Alguém Nota Um Padrão?

Aqui está a lista dos países mais desenvolvidos do Mundo, segundo o índice de desenvolvimento humano da ONU, e o respectivo sistema político:

1 Noruega Monarquia
2 Islândia Regime semi-presidencialista *
3 Austrália Monarquia (Britânica)
4 Luxemburgo Monarquia
5 Canadá Monarquia (Britânica)
6 Suécia Monarquia
7 Suiça Democracia federal semi-directa
8 Irlanda Regime semi-presidencialista
9 Belgica Monarquia
10 Estados Unidos Regime presidencialista
11 Japão Monarquia
12 Holanda Monarquia
13 Finlandia Monarquia
14 Dinamarca Monarquia
15 Reino Unido Monarquia

*corrigido

segunda-feira, outubro 24, 2005

Gomes Canotilho

O constitucionalista Gomes Canotilho tem defendido uma profunda revisão constitucional, a qual, no meu ver, significaria a refundação do regime. Do Público de Domingo alguns apontamentos:
1. «Eu penso que há problemas de organização do poder político, mas que não são estes que são agitados.»
2. «É preciso aprofundar a ideia de transparência das instituições, introduzir esquemas de combate eficaz à corrupção. É todo um conjunto de esquemas que fazem parte da chamada 'excelência da governação' que não está a ser introduzida no país.»
3. «[O controlo de avaliação] é um controlo que está a ser experimentado em tudo, que as empresas privadas têm, que está em curso nas universidades, mas que devia ser alargado a todos os sectores do Estado, inclusive do governo.»
4. «O juiz presta contas a alguém? E o procurador? Quem é que responde perante o povo? Temos de inovar, introduzindo um sistema de perguntas que há no sistema americano. Cá está uma dimensão presidencialista.»
5. «O Parlamento não precisa de um staff melhor para exercer as suas funções de controlo, mesmo que seja à custa da diminuição do número de deputados? (...) Há uma série de tópicos que é preciso agitar para renovar verdadeiramente a organização do sistema político.»
6. «É óbvio que o sistema que temos não é fácil, porque é um sistema de equilíbrio, mas o que me parece é que, depois dos testes e das revisões todas, há um certo equilíbrio e o problema está na 'sagest' do Presidente: como é que ele interpreta os dados, como se relaciona com o Governo e com a Assembleia, como é que ele vê o país. Mas para isso não há códigos nem regras, depende muito do contexto e da sabedoria do PR.»

Imprensa (24/10/2005)

À Atenção De Alegre

Contradições Da República

Em Janeiro de 2006, mais uma vez, os portugueses serão chamados às urnas para elegerem o chefe de Estado de Portugal. Desde as primeiras eleições para a Presidência da República, após o pronunciamento militar de 25 de Abril de 1974, que os candidatos eleitos são-no invariavelmente pela segunda vez, cumprindo segundo mandato.
Provavelmente sê-lo-iam de novo se existisse a possibilidade de um terceiro mandato, e por aí fora. E isto porque, na sua essência, os portugueses são profundamente monárquicos. Durante anos, todavia, a propaganda republicana encarregou-se de explicar que isso era mau. Mesmo durante a II República, os tais famosos 48 anos de ditadura foram-no em República.
No entanto, se até agora e após (repito) o pronunciamento militar de 25 de Abril de 1974, um simples presidente de câmara podia ser eleito e re-eleito as vezes que se quisesse, o mesmo nunca foi possível com o mais alto magistrado da nação. Porquê? Porque o regime republicano é, em si mesmo e acima de tudo, profundamente contraditório.

Os Rumores Confirmam-se

Do lado obscuro da Laranja, surgiu um novo Blogue, onde um comum professor se converteu num novo Super Herói. Não é o Cava Croft (como eu tinha proposto), nem é um avião, muito menos um pássaro, é mesmo o Super Cavaco, vindo das profundezas laranjas para esmagar o já conhecido Super Mário. Esperemos que os outros candidatos não se fiquem, e que tenhamos rapidamente uma bonita galeria de super-heróis: um Super Louçã, um Super Alegre e outros seres cheios de super poderes e com uma obesessão por Belém. Como dizia e bem Tarik numa caixa de comentários (relativamente ao Super Mário, mas que se ajusta como uma luva ao Super Cavaco):


Estes blogues têm a espontaneidade de uma manifestação de apoio ao Kim Il Sung

Paulo Pereira

O Interesse

Parece que o pai da Blogosfera em Portugal, (JPP para os amigos) não concorda com o interesse que esta campanha possa suscitar para os eleitores.

"se Mário Soares disser o que pensa [sobre a globalização, sobre a economia, sobre o mundo], então, sim, o debate será interessante, mas cria um determinado tipo de problemas" e tem razão, cria uma série de problemas, mas o que não sabemos é a quem as opiniões de Soares (que aparentemente tornam o debate interessante) colocam problemas.

Será a Cavaco ou à esquerda de Soares? De quem são as opiniões que desconhecemos sobre a globalização e sobre o mundo?

Não me atrevo a dizer que não conhecemos as opiniões económicas do Professor porque sobre essas já estamos mais do que avisados, mas ainda gostava de saber o que o Professor pensa sobre os restantes temas, se porventura a campanha do Professor não se pautar pelas recentes legislativas... (se não me comprometer muito isto já está ganho)...

Uma Boa Discussão

Foi talvez o último a chegar para o Porto D'Honra. Acabei os copos vazios, servi-me do último late bottle vintage do meu ano de nascimento - 74 (não é ano de vintage) - e aproveito para saudar os autores desta proposta colectiva de reflexão que, estou certo, vai dar muito gozo a todos os participantes.

Eu, estou certo que vou ter muito gozo em estar aqui, por aqui, escrevendo e debatendo aquilo que acho que é o regime.

Mas como fui o último a chegar - maldito comboio - começo por alegremente PLAGIAR um dos meus antecessores. o Karloos... Ainda bem que somos dois a defender o mesmo... :)

Velhos Que Aspiram A Altos Voos


General Norton de Matos

Tem oitenta e um anos feitos. Vejo-o com simpatia. (...) A sua estatura é meã, encorpada e robusta, o rosto sereno e nobre com todos os caracteres somáticos acentuadamente portugueses. Aparece-me no seu ambiente doméstico, vestido de preto, sóbrio, sem uma jóia. Tem imensa dignidade de presença, mas é simples, sem a mínima pose ou afectação. Será um presidente democrático num país democrático, não a contrafacção dum rei. Olhos vivos, candentes, o riso bem-humorado, a voz forte e bem timbrada. Conserva a plena lucidez intelectual, raciocínio arguto e amplo, vontade tenaz, palavra fluente, memória pronta. É ainda o homem de ferro que o país conheceu. É o digno representante da Resistência portuguesa.

Archer, Maria (1949), “O general Norton de Matos”, in Sol, nº 201, pp. 1 e 10,

Acho que ainda vivi no tempo em que os velhos valiam alguma coisa, e não se atiravam para o lixo final de casas colectivas onde, hoje, são mantidos vivos, para morrer sós, inspirando, no seu último sopro de ar, o fedor da lixívia mista de urina retardada.
Já não gostamos dos velhos. Já nada nos podem ensinar. Já sabemos tudo. Leis, história, economia, literatura. Queremos caras novas e bonitas, gente magra, a quem os fatos assentem bem, de preferência.
Os velhos dão trabalho. São teimosos. Inconvenientes. Atrapalham. Sujam e não limpam. Não temos onde os pôr. E o pior é que alguns têm o coração e próstata de ferro, e ainda refilam, e nos mordem os calcanhares, perguntando, onde vamos e a que horas regressamos.
Nada os deita abaixo. E, agora, reformados, estão melhores que nós, que, para alombar com a crise, a nossa e a dos outros, embicamos todos os dias na direcção do emprego, debaixo de chuva e de noites mal dormidas, enforcados na gravata ou no conjunto de saia e casaco nas cores oficiais permitidas, azul, cinzento, castanho, preto.
Há 50 anos já éramos velhos se chegávamos aos 80, mas ainda contavam connosco para salvar a pátria. Era-se digno, aos 80; tinha-se errado e acertado, mas havia dignidade ao longo dessa caminhada, mesmo que fôssemos raposas velhas – um velho é sempre uma raposa, e nada teria aprendido se não o fosse.
Hoje, aos 80, estamos arrumados, somos velhos. Qual experiência! Riem-se. “Não acha que já chega, que já fez o que tinha a fazer, não lhe chega ler os jornais à lareira?”


Cartaz da candidatura de Norton de Matos, 1949

Em 1949, o general Norton de Matos, candidato à Presidência da República, com 81 anos de idade, era a esperança dos que sonhavam o fim do Estado Novo; em 2005, Mário Soares, com a mesma idade, está velho. Argumento fraco.
Digam-me que Soares é uma raposa velha, digam-me que não olha a meios, que dribla a democracia para manter a democracia, digam-me o que quiserem, e eu assentirei, porque dele nunca esperaria pior!
Também estou à espera de chegar aos 81 para me candidatar a qualquer coisa importante!


Esta imagem de Soares, no S. João do Porto, é conhecidíssima; alguém sabe indicar-me a identidade do(a)profissional que a captou, para que lhe possa fazer a devida justiça autoral?

Porto d'Honra - À Nossa !

Uma palavra inicial.

Para agradecer o convite, obviamente, mas principalmente para felicitar os autores pela ideia. Mesmo correndo o risco de parecer o Luís Delgado, penso que é de inteira justiça reconhecer publicamente os méritos da ideia que está por detrás deste bolg.

Talvez à primeira vista não pareça, pelo menos à minha, mas não consigo vislumbrar na blogosfera portuguesa outra iniciativa deste género. Senão vejamos :
- Já existem blogs colectivos, mas foram criados por pessoas que já se conheciam e com o intuito de defender uma ideia, uma facção, uma certa visão de Portugal, do mundo e da vida.
- Já existem blogs colectivos formados a partir da participação de outros bloggers, mas por norma foram criados com um intuito lúdico, como por exemplo, adeptos de um clube de futebol.
- Já existem blogs temporários, mas todos eles tiveram na génese uma agenda política, e muitos não passam de sites disfarçados de blogs.

Mas um blog criado para debater uma ideia que não é nem de esquerda nem de direita, cujos participantes vêm de todos os quadrantes políticos (e basta passar os olhos pelos seus blogs) e last but not least, que não se conhecem, penso que de facto é único. Estão por isso de parabéns o Pedro Cardoso e o David Afonso.

Termino citando o nosso colega Paulo Salvador numa frase feliz que teve por alturas do aniversário do seu blog.

Aliás as pessoas que se conhecem pela blogosfera são as mais especiais, porque começamos por partilhar com elas aquilo que temos de mais importante: as nossas ideias.

E assim levantando o meu Porto, vos digo - à nossa !

domingo, outubro 23, 2005

Super Mário - Cava Croft




Este é o Super Mário, novo blog de apoio a Mário Soares, como já tinha aqui comentado o Luís Bonifácio.
O que realmente me surpreendeu neste projecto (para além de ver umas quantas personalidades respeitáveis a acreditarem no novo herói Super-Mário) foi ver estes ilustres pensadores da candidatura Soarista inventarem um slogan ainda pior que "Soares é fixe".
Só falta agora esperar pela resposta do PSD, que será sem dúvida fulminante; adianto-me aos criativos laranjas e proponho como herói da campanha presidencial Cava croft, o profanador de sepulturas!

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Assim poderão depois lançar uma consola com jogos, para vermos o super-mário desancar no Cavaco croft virtualmente, ou então encarnarmos o papel do cava croft, o profanador de sepulturas, e enchermos de balázios o malandro do canalizador italiano que queria ser presidente (outra vez).

Porto d'Honra - O Legado Eanista

Cheguei atrasado ao Porto d'Honra pelo que peço as minhas desculpas aos presentes. Já se começa a vislumbrar nestas linhas que me precedem o interesse que este blog vai suscitar.

Por isso permitam-me pegar no post de Tiago Alves para "falar" sobre o carácter messiânico do regime. De facto eu próprio já escrevi sobre o providencialismo à moda Cavaquista que representa a candidatura do professor. No entanto, não posso deixar de reconhecer que, pelo menos nestas eleições, os principais candidatos se apresentam contra o pessimismo e o situacionismo do país (ou uns contra os outros...), como se porventura a eleição de qualquer um deles fosse a panaceia para todos os males.

Nós os eleitores, temos a obrigação de nos recordarmos da responsabilidade de Cavaco e Soares no tal marasmo do país.

Caro Tiago, concordo consigo sobre o carácter messiânico do regime, mas considero que esse facto não é necessariamente característica exclusiva do regime republicano, antes está agrafado à nossa forma de ser, desde sempre.

A questão que se nos afigura em relação à República e principalmente à III República, é o carácter presidencialista ou semipresidencialista do regime. Desde que me lembro (pouco porque ainda sou um moço novo...) sempre se discutiram os poderes presidenciais, não em abstracto como deveria ser, mas sim de acordo com as personalidades que pretendem ocupar Belém e a respectiva interpretação que fazem desses mesmos poderes.

Evidentemente é possível tirar conclusões sobre o que se deve esperar da interpretação que os candidatos fazem dos poderes que pretendem vir a desempenhar. Aliás, no caso actual sabemos qual a interpretação de um dos candidatos, porque já ocupou Belém, mas parecemos todos (genuinamente...) mais preocupados com a interpretação que Cavaco faz desses poderes.

Mas afinal o regime é presidencialista ou semipresidencialista??? Apesar de algumas interpretações que recentemente surgiram pela comunicação social, dizendo que o Presidente poderia ou até deveria presidir às reuniões do Conselho de Ministros ou até até definir o rumo da política do Governo, o regime é semipresidencialista na medida em que o Presidente não exerce funções executivas e apenas pode influenciar o trabalho do governo a quem compete governar.

Embora desde a constituição de 76, onde a separação entre as tarefas do presidente e do governo estava confusa e mal definida, devido a um natural receio de excesso de protagonismo de qualquer dos intervenientes, conseguiu evoluir-se para uma divisão praticamente estanque dos poderes de ambos os órgãos de soberania com natural destaque para os poderes do Presidente para a dissolução e nomeação do governo em primeiro por se tratar da primeira figura do estado e por sofrer uma eleição directa.

Quem nos deixou um considerável legado de confusão quanto ao desempenho dos poderes do Presidente foi Eanes. O antigo presidente fez uma interpretação demasiado interventiva destes poderes, o que aliado a um ego pessoal considerável (comum nos militares) fez com que Eanes exigisse a alguns governos a tomada de diversas medidas contrárias ao rumo delineado pelo governo (Balsemão que o diga...) e que no limiar viria a dissolver o parlamento numa medida clara de benefício para um partido que crescia na sua sombra. (alguns aqui vão dizer que Sampaio fez o mesmo, mas isso não corresponde à realidade porque Sampaio deu uma oportunidade, desperdiçada, à anterior maioria).

É este homem que encabeça a comissão de honra de Cavaco às presidenciais e ainda que Cavaco diga respeitar os actuais poderes do presidente, este convite e o que colaboradores mais próximos do professor têm vindo a deixar cair para a comunicação social, devem naturalmente deixar-nos preocupados com a interpretação de Cavaco.

Procura-se Candidatos À Presidência

Cavaco Silva foi o primeiro a avançar na corrida. Pelo menos é, até agora, o único que afirma estar a candidatar-se à Presidência da República. Todos os outros só estão por lá para "derrotar o candidato da direita".

O Meu Presidente


Aproveito este primeiro post para saudar todos os colegas de blog e agradecer aos moderadores Pedro e David pelo convite que me fizeram.

O Picheleiro

Um grupo de apoiantes de Mário Soares resolveu abrir um blogue de apoio ao octogenário candidato.
A primeira vez que vi a figurinha ao lado foi no "Público" de Quarta-Feira, pensei que fosse uma brincadeira do Jornal, que jogava com a analogia do título do Blogue, com o Super Mário, um picheleiro, personagem de jogos das consolas Nintendo. Verifiquei com espanto que a figura não é do "Público" mas sim do próprio Blogue.
Penso que esta analogia tem como objectivo dar uma imagem mais jovem do Octogenário, mas para além da analogia do nome do blogue, os seus responsáveis de certeza não pensaram numa outra, bastante mais subtil.
Esta segunda analogia não tem nada a ver com o nome do blogue, mas sim com o estado de onde veio o candidato e o estado em que se encontra a personagem da consola Nintendo.
Mário Soares pouco tempo antes da sua candidatura tinha anunciado, com grande pompa, a sua REFORMA. Pouco tempo depois dá o dito por não dito e anuncia a sua candidatura ao lugar.
O “Super Mário” da Nintendo já está DEFINITIVAMENTE REFORMADO há alguns anos, não por vontade própria, mas por ter sido “derrotado” em toda a linha pela Playstation. Penso que este picheleiro de consolas deseja fazer o mesmo que o seu homólogo lusitano, mas não terá tanta sorte pois o reinado da Playstation está para lavar e durar.
No nosso jardim à beira-mar plantado temos duas dúvidas:
Será que Cavaco vai ser a “Playstation” de Super-Mário?
E Manuel Alegre? Vai ser a “X-Box” que vai partilhar com a "Playstation" a totalidade do mercado Nacional?
* - Para os leitores que tomam o Português de Lisboa como a "norma", o termos "Picheleiro" significa na maioria de Portugal, aquilo que em Lisboa se diz "canalizador".

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